27 dezembro, 2005

Uma pequena mensagem de Natal

"E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria". (Lc 2,7)


"hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor". (Lc 2,11)


É noite de alegria. Porque, no meio da escuridão, uma Luz resplandeceu. No meio das Trevas, uma Luz brilhou, e todos A vieram contemplar.


O Menino Deus nasceu à noite, porque é na noite que precisamos da luz. Nasceu à noite, para ensinar que era noite na humanidade; uma noite longa que se arrastava por séculos. Era noite desde o pecado de Adão. Todo o mundo jazia no maligno.


Mas uma Luz resplandeceu em meio às Trevas. Na noite de Belém, nos nasceu um Salvador. E aquela Luz brilhou tão forte nas trevas do pecado, que todos A perceberam. Os Reis Magos A perceberam, e vieram adorá-La. Herodes A percebeu, e tentou apagá-La. Porque, em meio às Trevas, é impossível não notar uma Luz resplandecente. Os filhos da Luz buscam-Na e sentem-se à vontade junto a Ela; os filhos das Trevas d'Ela fogem horrorizados, pois têm vergonha das suas obras ímpias, que realizam na escuridão. A Luz atrai os bons e afugenta os maus. Por isso, o Deus Menino nascido em Belém estava destinado a ser um sinal de contradição, como profetizou o velho Simeão.


"Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições" (Lc 2,34)


O Cristo Deus, Unigênito do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro do Deus Verdadeiro, veio ao mundo destinado a ser uma causa de queda para muitos. Causa de queda para os que preferissem as Trevas à Luz. Causa de queda para os que, como Herodes, quisessem apagar essa Luz para continuar a viver nas Trevas.


E, neste Natal, somos como os Reis Magos, ou somos como Herodes? Procuramos ao Deus Menino para oferecer-Lhe o melhor que temos, ou fugimos d'Ele e O queremos matar, justamente para que não nos desfaçamos de nossos vícios que nos são tão caros? Desejamos que o Cristo nasça? Ou queremos que Ele não venha, para que possamos viver ainda um pouco mais nas Trevas, ainda um pouco mais no pecado, sem que nossas torpezas sejam postas a descoberto?


Se eu tivesse que escolher, diria que estamos muito mais para Herodes do que para os Reis Magos. Mas eu proponho uma terceira opção: neste Natal, nós somos como as construções, a cujas portas bateram Santa Maria e São José. Construções suntuosas como palácios, ricas demais para perceberem que lhes falta a maior das riquezas. Aconchegantes como hospedarias, animadas demais para perceberem Alguém que precisa de um pouco de atenção. Familiares, como casas, mas fechadas demais sobre si próprias para abrirem a porta a uma Mulher grávida e Seu marido. Ou indignas demais, como estrebarias, inadequadas para receber um Rei.


Mas não importa que construção nós sejamos, não importa se somos palácios ou hospedarias, casas ou estrebarias. Importa que estejamos com Maria. Porque, em Belém, de todas aquelas construções, somente uma teve a honra de abrigar o Filho de Deus feito Homem: aquela na qual se encontrava a Virgem Santa. Que assim seja também conosco. Neste Natal, como naquele primeiro, o Menino Deus só nasce naquelas almas que não negam hospedagem a Maria Santíssima. Procuremos, pois, abrir as portas de nossa alma a essa Boa Senhora, e Ela, em troca, abrirá para nós as portas do Céu e nos trará Jesus Menino, Luz que resplandece nas trevas, Senhor Nosso e Nosso Salvador.


Um feliz e santo Natal a todos.

25 dezembro, 2005

Doutrina - sobre o pecado

Falávamos, hoje, após a Missa, sobre o pecado contra o Espírito Santo, que não seria perdoado "nem nesse século e nem no século vindouro". À guisa de informação, seguem transcritas abaixo algumas passagens de catecismos da Igreja sobre o assunto.

"Corolário: quando e por que não há perdão
Quando lemos, nas Escrituras, que alguns homens não conseguiram do Senhor nenhuma misericórdia, apesar de a terem pedido com instância, devemos entender que tal aconteceu, porque eles não tinham verdadeiro e sincero arrependimento de seus pecados. [2Mc 9, 13; Hb 12, 17]

Outrossim, quando nas Sagradas Escrituras, ou nos Santos Padres, ocorrem passagens em que parece afirmar-se que certos pecados não podem ser perdoados, devemos por elas entender que é muito difícil alcançar-se o perdão de tais pecados. [Ex 4, 21; 1Sm 2, 25; Mt 12, 31-32; Hb 6, 4ss. 10, 26ss]

Assim como uma moléstia é tida como incurável, se a pessoa atacada sente horror ao remédio, que lhe pode restituir a saúde: assim há também certa espécie de pecados, para os quais não se dá nenhum perdão, porque levam a repelir o remédio próprio da salvação, que é a graça de Deus. [Jd 4ss; 2Pd 3, 3ss; 1Jo 3, 7ss]

Neste sentido se pronunciou Santo Agostinho, quando escrevia: "Se alguém que, pela graça de Cristo, chegou ao conhecimento de Deus, mas combate seus irmãos na Fé, e resiste à própria graça, para se entregar aos ardores da inveja, esse chega a tão malignas disposições, que já não tem a humildade de pedir perdão, embora seja forçado, pelos remorços de consciência, a reconhecer e confessar o pecado. [Segundo Aug. de sermon. Domini in monte 1 22 (alias 75)]"
(Catecismo Romano, 2ª Parte, Cap. V [19])

"Quantos são os pecados contra o Espírito Santo?
Os pecados contra o Espírito Santo são seis:
1º Desesperação da salvação;
2º Presunção de se salvar sem merecimentos;
3º Negar a verdade conhecida como tal;
4º Ter inveja das mercês que Deus fez a outrem;
5º Obstinação no pecado;
6º Impenitência final.
Por que se chamam contra o Espírito Santo estes pecados?
Chamam-se contra o Espírito Santo estes pecados, porque se cometem por pura malícia, o que diretamente repugna a bondade divina, que se atribui ao Espírito Santo.
"
(Segundo Catecismo da Doutrina Cristã, Terceira Parte, q95-96)

Paz e Bem.

Editorial #1

É com imenso prazer e satisfação que apresentamos à apreciação esse espaço virtual, criado para abrigar textos que visem à promoção e à defesa da Fé Católica e Apostólica, sem a qual é impossível agradar a Deus.

A idéia de escrever em defesa da Santa Madre Igreja não é nova; contudo, somente agora, graças a oportunidades inesperadas, é que ela se pode concretizar.

Esta é uma primeira experiência, que prenuncia talvez um sítio mais sério e mais bem trabalhado, mas que carrega já em si os ideais católicos que norteiam as atitudes e decisões cristãs.

Enfim! Espero que esse pequeno espaço virtual possa servir, um pouco que seja, dentro dos limites em que se encontra, à maior glória de Deus e salvação das almas. E invocamos as bênçãos de Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos, e de São Paulo, que tão bem soube utilizar os meios de comunicação do seu tempo a serviço de Cristo, sobre este trabalho que ora se inicia. Que ele possa dar bons frutos; caso contrário, que ele seja cortado fora e lançado ao fogo (cf. Jo XV), para honra e glória de Deus Pai Eterno Onipotente.