tag:blogger.com,1999:blog-201834112024-02-28T14:50:45.427-03:00Deus lo vult!"<b>Maldito aquele que faz com negligência a obra do Senhor! Maldito o que recusa o sangue à sua espada!</b>" (<i>Jr 48,10</i>)J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-23371593402905517292008-05-26T21:05:00.002-03:002008-05-26T21:12:33.483-03:00Mudança de EndereçoNa (espero que não vã) tentativa de estabelecer um ritmo de escrita de textos que não fique tão demasiadamente aquém do vergonhosamente irrelevante, estou mudando de provedor de BLOG; entre outros motivos, pesa o fato de que o blogger.com, por ser inacessível do trabalho, impede-me de utilizar as minhas horas de almoço para algum fim mais nobre do que o ócio puro e simples.<br /><br />Tentemos, pois, posto que "quem não arrisca não petisca", e, piores do que estão, as coisas não hão de ficar... =]<br /><br />Ecco:<br /><br />http://januacoeli.wordpress.com<br /><br />Hasta pronto!J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-11301841745046710882007-10-29T17:46:00.000-03:002007-10-31T17:08:56.894-03:00Celibato sacerdotal<span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda.</span> (<span style="font-weight: bold;">São Mateus XIX, 12</span>)<br /><br />Encontrei, por acaso, no <a href="http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2007_10_28_reinaldo_azevedo_arquivo.html">blog do Reinaldo Azevedo</a>, um conjunto de posts [intitulados <span style="color: rgb(255, 0, 0); font-style: italic;">Se o bispo não puxa a sua orelha, puxe a orelha dele</span> <span style="font-weight: bold;">(i)</span>, <span style="font-style: italic; color: rgb(255, 0, 0);">Igreja não é armário</span> <span style="font-weight: bold;">(ii)</span> e <span style="font-style: italic; color: rgb(255, 0, 0);">O desastre do celibato: São Pedro tinha sogra!</span> <span style="font-weight: bold;">(iii)</span>], nos quais o conhecido articulista tece críticas (por vezes demasiadamente ásperas) à disciplina do celibato sacerdotal, em vigor no rito latino da Igreja Católica. Tal fenômeno é curioso e merece algumas linhas de consideração.<br /><br />Em primeiro lugar, causa espécie uma afirmação estapafúrdia presente no endereço acima: <span style="color: rgb(255, 0, 0);">"Não sou da hierarquia católica, apenas um católico. Como tal, não só posso como devo debater o que não for matéria dogmática"</span> <span style="font-weight: bold;">(i)</span>. Esta afirmação é - ouso dizer - o ponto nevrálgico de toda essa discussão, o erro original do qual decorrem todos os demais deslizes do autor. Mas, como? Agora os leigos <span style="font-weight: bold;">não só podem</span> como <span style="font-weight: bold;">devem</span> debater o que não for matéria dogmática?! De onde foi tirado esse despautério?<br /><br />É bem sabido de todos, mas, dadas as atuais circunstâncias, nunca é demais repetir, que a Igreja possui, ao lado da Autoridade Suprema de Ensino, a Sua Autoridade Suprema de Governo. E tudo o que é "matéria dogmática" pertence, por excelência, à esfera do Ensino da Igreja. Em Sua Autoridade de Governo, a Igreja pode muito bem dispôr de princípios dogmáticos infalíveis e, em si mesmos, irreformáveis, para legislar; mas isso, absolutamente, não é uma necessidade! Em particular, para ficarmos só num exemplo óbvio, o Código de Direito Canônico é direito positivo eclesiástico e, por conseguinte, não é matéria dogmática; estaria então o Reinaldo dizendo que todo católico "não só pode como deve" debater o Direito Canônico? O mundo enlouqueceu! Com uma visão "dualista" do mundo, segundo a qual as únicas opções diante de um pronunciamento da Igreja são ou a adesão divina exigida à Verdade Revelada ou o debate (democrático?), o ilustre articulista, simplesmente, escamoteia a Autoridade Suprema de Governo da Igreja [que, lembremos, segundo o mesmo, "não só pode como deve" ser debatida]!<br /><br />Na verdade, há aqui uma grande confusão entre matéria, digamos, "magisterial" [por falta de um termo melhor] e matéria disciplinar, seguida de uma confusão ainda maior quanto ao papel do católico diante de uma decisão não-irreformável em si mesma. Uma coisa é uma "questão aberta", um assunto sobre o qual os católicos são livres para adotarem uma posição ou outra: por exemplo, se Nossa Senhora morreu ou não antes de ser assunta aos Céus. Isso é um ponto [propositalmente] omisso na promulgação do dogma: a Igreja entende que tal particularidade em nada afeta a adesão integral ao Depósito da Fé no tocante à Assunção da Virgem Santíssima, que se realiza plenamente quando se diz que Maria foi elevada em corpo e alma aos Céus no final de sua vida terrestre, independentemente do que tenha acontecido a Ela neste "final da vida terrestre" (se Ela morreu e ressuscitou, ou se não chegou nem mesmo a morrer).<br /><br />Uma outra coisa completamente diferente é a promulgação de uma norma de direito eclesiástico, que (obviamente) não é matéria dogmática, mas que foi efetivamente promulgada e, portanto, está em vigor, como é o caso do celibato sacerdotal. Dizer que "o celibato não é dogma" não é, nem de longe, a mesma coisa que dizer "a existência do Limbo não é dogma". Neste último caso, estamos tratando de uma hipótese teológica cujo grau de adesão exigido, de fato, enfraquece-se quando se diz que ela não é um dogma; mas, para uma questão disciplinar, não faz sentido em se falar em "adesão" de Fé, porque - evidentemente - a uma disciplina não se <span style="font-weight: bold;">adere</span> com Fé, mas se lhe <span style="font-weight: bold;">obedece</span>. E o fato (aliás auto-evidente) de que uma disciplina "não é dogma" em nada muda as obrigações que o católico tem para com ela.<br /><br />E a segunda confusão do Reinaldo é sobre a posição que o católico deve tomar frente a uma exposição da Igreja sobre matéria não-irreformável em si mesma. Já vimos que há uma diferença grande entre uma matéria magisterial não-infalível (e que, portanto, só não obriga a Fé por, digamos, insuficiência do ato promulgativo do Magistério da Igreja) e uma matéria disciplinar (que é, em si mesma, não infalível e reformável). Acontece que em nenhum dos dois casos o católico tem o <span style="font-weight: bold;">dever</span> de sair <span style="font-weight: bold;">debatendo</span> sobre ele. Isso é um <span style="font-style: italic;">nonsense</span> sem tamanhos. Nenhum católico tem o "dever de debater" a existência do Limbo [embora seja interessante que os teólogos o façam; todavia, nem estes estão <span style="font-weight: bold;">obrigados</span> a fazê-lo]. Nenhum católico tem o "dever de debater" a idade de 75 anos em que os bispos precisam apresentar o seu pedido de renúncia à Diocese que governam. E nenhum católico tem o "dever de debater" o celibato sacerdotal.<br /><br />Na verdade, o católico somente <span style="font-weight: bold;">pode</span> (o que é bem diferente de <span style="font-weight: bold;">deve</span>) debater o celibato sacerdotal. Mas, para fazê-lo, ele precisa ter pelo menos três coisas, e os posts do Reinaldo Azevedo falham em todas elas.<br /><br />A primeira coisa que se exige de um católico que queira debater uma matéria disciplinar da Igreja é o "sentir" com a Igreja, é a docilidade com a qual se deve submeter à autoridade de Governo da Igreja, ainda que não se concorde integralmente. E, ainda este ano, o Papa Bento XVI, gloriosamente reinante, na sua <a href="http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_exhortations/documents/hf_ben-xvi_exh_20070222_sacramentum-caritatis_po.html">exortação apostólica pós-sinodal "Sacramentum Caritatis"</a>, reafirmou o valor do celibato para os sacerdotes da Igreja Latina:<br /><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255); font-style: italic;">"Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina." </span><span style="font-weight: bold;">(SC 24)</span><br /><br />Sinceramente, contradizer abertamente uma posição do Sumo Pontífice e querer "debater" uma coisa cuja obrigatoriedade foi reafirmada há menos de um ano por aquele que detém a autoridade máxima para obrigar ou desobrigar as questões disciplinares da Igreja Católica é o cúmulo da teimosia. É uma tremenda extrapolação dos direitos que o católico tem em relação àquilo que não é dogmático. O Papa dizer uma coisa, e então um católico procurar "debater" em defesa da posição contrária, para o Papa reafirmar a mesma coisa, e o tal católico insistir ainda no contrário, e assim <span style="font-style: italic;">ad aeternum</span>, não é direito de católico nenhum. Isso é um completo desrespeito às autoridades da Igreja, que são quem, em última instância, detêm a autoridade final para responder a essas questões.<br /><br />A segunda coisa exigida para se debater questões disciplinares é prudência. Ninguém deve chegar defendendo a sua posição - contrária à posição vigente - como se fosse a última coca-cola do deserto, a única solução para os problemas que a Igreja atravessa. Ao contrário, deve-se expôr as próprias convicções de maneira humilde, sabendo das próprias limitações e com sinceras disposições de acatar às determinações das autoridades da Igreja, confiante na assistência prudencial do Espírito Santo que, embora não com infalibilidade certa, todavia sempre guiará a Igreja no tocante à salvação das almas. Ninguém deve utilizar os meios de comunicação em massa para tratar de assuntos internos da Igreja e que somente dentro da Igreja podem ser resolvidos, se quiser realmente que eles sejam levados a sério - e não utilizados como instrumento de descrédito da Igreja e de munição para os inimigos de Cristo. Ninguém deve achar que provocar clamor popular é uma maneira correta de se provocar mudanças na Igreja - afinal, ao contrário do que se imagina hoje em dia, todo poder vem de Deus, e não do povo.<br /><br />E, finalmente, a terceira coisa exigida para se debater questões disciplinares é a qualidade dos argumentos. E é esta a parte mais lamentável dos posts do Reinaldo Azevedo: parece até que ele saiu copiando-e-colando bobagens de sites protestantes. Francamente! Entre um sem-número de outras bobagens, pode-se ler no blog supracitado:<br /><br /><br /><span style="color: rgb(255, 0, 0);">"Um tanto provocativo, lembrei que São Pedro tinha sogra. Aí me dizem: “Mas era viúvo”. Era? Onde está escrito? Em que passagem?"</span> <span style="font-weight: bold;">(i)</span><br /><br />O primeiro erro aqui é a mentalidade protestante: "onde está escrito?". Oras, essa visão reducionista do Evangelho aos Quatro Livros canônicos é o que pode haver de mais estranho ao catolicismo.<br /><br />O segundo erro aqui é a visão simplista da questão: não faz nenhuma diferença se Pedro era casado ou não. O que interessa, no Novo Testamento, é que está mais do que evidente <span style="font-weight: bold;">a superioridade da vida una ou indivisa</span> - que, aliás, foi o estado de vida escolhido por Cristo. Pedro ter sido casado ou não é um detalhe de pouca importância [tanto que os Evangelhos silenciam completamente sobre a mulher de Pedro], e que não pode ser usado como critério para desabonar o celibato sacerdotal. É evidente que há passagens que enaltecem o casamento - claro, pois o casamento é uma coisa boa! -, mas é igualmente evidente que não há nenhuma passagem escriturística que permita ter dúvidas sobre a perfeição maior do celibato. E a Igreja tem o direito de exigir perfeição dos que querem ser sacerdotes do Deus Altíssimo - a mais perfeita vocação à qual é chamado o homem.<br /><br /><br /><span style="color: rgb(255, 0, 0);">"Não é preciso ser muito agudo para perceber que os padres vivem uma realidade que absolutamente os aparta da vida real."</span> <span style="font-weight: bold;">(ii)</span><br /><br />O que é a "vida real", para Reinaldo Azevedo? Vida real é sexo? As pessoas que não praticam sexo vivem uma, digamos, "vida virtual"? Mais: as pessoas precisam praticar sexo para viverem "realmente" a sua vida? Não é preciso ser muito perspicaz para enxergar a insensatez dessa crítica velada.<br /><br />Até se entende que um católico em particular não se sinta atraído por um estado específico de vida - no caso, o celibato. Mas, daí a debochar dele, daí a dizer que quem o abraça vive <span style="color: rgb(255, 0, 0);">"aparta[do] da vida real"</span>, daí a dizer que o celibato é <span style="color: rgb(255, 0, 0);">"fonte de perturbação e de desmoralização"</span> <span style="font-weight: bold;">(ii)</span>, daí a dizer que ele é <span style="color: rgb(255, 0, 0);">"um óbvio mal-estar"</span> <span style="font-weight: bold;">(ii)</span>, vai uma grande distância. Que o autor não transforme a sua opinião pessoal sobre o celibato na verdade absoluta sobre ele!<br /><br /><br /><span style="color: rgb(255, 0, 0);">"O celibato sacerdotal na Igreja Católica foi instituído no ano 390"</span> <span style="font-weight: bold;">(iii)</span><br /><br />No ano 390 aconteceu o Concílio de Cartago, que prescreveu o celibato para todos os que servem os Santos Mistérios. Mas isso não quer dizer que ele só tenha sido "instituído no ano 390"! Então a Imaculada Conceição da Virgem, para ficar só num exemplo, foi instituída somente no século XIX? É de espantar a ignorância do articulista!<br /><br />Em particular, o primeiro Concílio de Nicéia já proibia os cléricos de introduzirem mulheres em sua casa (<a href="http://www.newadvent.org/fathers/3801.htm">Concílio de Nicéia [325], can. 3</a>). E é o mesmo Concílio de Cartago citado que, ao prescrever o celibato, afirma estar se referindo a um costume que foi ensinado pelos Apóstolos e observado pelos Antigos - portanto, não tem nada a ver com uma "invenção" do século IV. Os católicos deveriam ter um mínimo de conhecimento sobre os Concílios da Igreja, antes de tecerem comentários despropositados com base neles.<br /><br /><br />E não é necessário entrar em mais detalhes. Todas as "argumentações" dos citados textos do Reinaldo Azevedo resumem-se a conclusões sem sentido e a interpretações pessoais de textos escriturísticos sobrepondo-se às interpretações que a Igreja sempre teve. No fundo, o problema central aqui é aquele que foi exposto no início: a idéia de que o católico "deve" debater aquilo que não é dogmático na Igreja dá ao católico, qualquer que seja ele, carta branca para discordar publicamente do que prescreve a Hierarquia Católica, baseado em nada que não seja a própria visão limitada e distorcida dos fatos - assim, ele está no estrito cumprimento do seu dever.<br /><br />Esperamos que tenha ficado clara o quão perniciosa é essa mentalidade. E esperamos também que os católicos sejam mais cuidadosos quando forem se arvorar em especialistas de assuntos sobre os quais têm pouco ou nenhum conhecimento. Para encerrar, ficam as palavras do Santo Padre Paulo VI, na sua encíclica <a href="http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_24061967_sacerdotalis_po.html">Sacerdotalis Caelibatus</a>:<br /><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">A verdadeira e profunda razão do celibato é, como já dissemos, a escolha duma relação pessoal mais íntima e completa com o mistério de Cristo e da Igreja, em prol da humanidade inteira. Nesta escolha há lugar, sem dúvida, para a expressão dos valores supremos e humanos no grau mais elevado.</span> <span style="font-weight: bold;">(SC 54)</span>.<br /><br />Que a Virgem Castíssima nos conceda sempre santos sacerdotes, dispostos a tudo largar por Cristo - com a confiança de que os seus sacrifícios não serão em vão - e que sejam sinal verdadeiro de luz e de Salvação para os homens.J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com38tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-49723927725779777852007-10-23T14:07:00.000-03:002007-10-23T14:45:04.514-03:00Poemas parnasianosOntem, junto com uns amigos, discutíamos literatura numa mesa de bar, entre um chopp e outro, depois do horário de trabalho. Passando rapidamente pelas diversas escolas literárias - que nós aprendemos no Ginásio, em preparação para o vestibular - fiz notar que a obra poética do parnasianismo se resumia a dois poetas e uns cinco sonetos (um "<span style="font-style: italic;">Ora, direis, ouvir estrelas</span>", outro "<span style="font-style: italic;">Vai-se a primeira pomba despertada</span>", e mais uns dois ou três que eu não recordava no momento, quiçá graças ao chopp), quando muito. O resto não tinha valor.<br /><br />Ora, não parece estranho que uma escola literária inteira possa se resumir a meia dúzia de sonetos?! Fui acusado de "<span style="font-style: italic;">argumentum ad ignorantiam</span>" - só porque eu não conhecia o que havia de bom no parnasianismo, afirmava assim com tanta petulância que não existia, nele, nada de bom.<br /><br />Errei, é verdade. Dou a mão à palmatória. Hoje, pela manhã, um dos meus companheiros de mesa de ontem veio-me com um poema belíssimo, parnasiano, e que nem soneto é (!). O autor? Raimundo Correia. O poema? "Ser moça e bela ser". Segue abaixo: não liguem para as construções rebuscadas e os vocábulos escolhidos a dedo entre os menos usuais possíveis. É tributo pago à escola da época. Leiam até perceberem a imagem - belíssima! - pelo poeta utilizada:<br /><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(51, 51, 255);">Ser moça e bela ser</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Ser moça e bela ser, por que é que lhe não basta?</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Porque tudo o que tem de fresco e virgem gasta</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> E destrói? Porque atrás de uma vaga esperança </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Fátua, aérea e fugaz, frenética se lança </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> A voar, a voar?... </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Também a borboleta, </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Mal rompe a ninfa, o estojo abrindo, ávida e inquieta, </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> As antenas agita, ensaia o vôo, adeja; </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> O finíssimo pó das asas espaneja;</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Pouco habituada à luz, a luz logo a embriaga; </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Bóia do sol na morna e rutilante vaga;</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Em grandes doses bebe o azul; tonta, espairece </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> No éter; voa em redor, vai e vem; sobe e desce; </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Torna a subir e torna a descer; e ora gira </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Contra as correntes do ar, ora, incauta, se atira </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Contra o tojo e os sarcais; nas puas lancinantes </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Em pedaços faz logo às asas cintilantes; </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Da tênue escama de ouro os resquícios mesquinhos </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Presos lhe vão ficando à ponta dos espinhos; </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Uma porção de si deixa por onde passa, </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> E, enquanto há vida ainda, esvoaça, esvoaça, </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Como um leve papel solto à mercê do vento; </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Pousa aqui, voa além, até vir o momento </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Em que de todo, enfim, se rasga e dilacera. </span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> ó borboleta, pára! ó mocidade, espera!</span><br /><br />Notaram? Logo quando o li, não pude deixar de pensar comigo mesmo: que coisa mais... católica! A consciência de que a mocidade se estraga... a incompreensão, perguntando por que não basta aos jovens apenas serem jovens... a comparação magistral com a borboleta-bêbada que, "encantada" com a luz do sol, o azul do céu e as próprias asas, arrasta-se em um vôo vertiginoso que a machuca enquanto bate nos espinhos... e o brado desesperado à borboleta que "se rasga e dilacera" - <span style="font-weight: bold;">pára!</span> - colocado em paralelo com o brado feito à juventude que faz a mesma coisa: <span style="font-weight: bold;">espera!</span><br /><br />Sim, jovens... esperai! Não estragueis aquilo que tendes de melhor, voando "como um papel solto à mercê do vento", lançando-vos frenéticos e sôfregos à ruína, encantados com os vossos dons, com a vossa beleza... esperai, jovens! Tendes beleza e tendes encantos, mas não os estragueis com uma vida desordenada, com uma busca desesperada de prazeres e mais prazeres, como o mundo vos convida a fazer. Jovens, esperai! Valeis mais do que borboletas. Não fostes feitos para voar a esmo, na empolgação da descoberta do que sois. Não fostes criados para desperdiçardes o que tendes de bom nos espinhos do mundo, desgastando-vos com quem não tem nada para vos oferecer. Jovens... esperai! Não fostes criado para menos do que <span style="font-weight: bold;">os altares</span>.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">... et introibo ad altare Dei,</span><br /><span style="font-weight: bold;">ad Deum qui laetificat iuventutem meam.</span><br /><br />Que seja este sempre o anseio de todos nós, jovens.J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-16567483843017647972007-10-09T18:27:00.000-03:002007-10-09T18:44:23.682-03:00Sobre o padre Edwaldo GomesGostaria que ficasse bem claro que o artigo intitulado "Em defesa de Dom José", publicado abaixo, não se dirige ao Cônego Edwaldo Gomes, o pároco de Casa Forte, ao qual é endereçada a sanção vinda da Congregação para a Doutrina da Fé. Ao invés disso, o artigo escrito por mim e por um amigo - o Claudemir Júnior - eleva-se contra algumas pessoas da Arquidiocese, auto-intituladas "Amigos de Padre Edwaldo", que estão movendo uma campanha maciça de maledicência e de ataques infundados dirigidos ao nosso Arcebispo.<br /><br />Padre Edwaldo, ao contrário desses seus "amigos", tem sido um exemplo de obediência e docilidade à correção fraterna que recebeu da parte da Santa Sé. Em nota oficial, publicada no jornal da Arquidiocese, o mesmo reconheceu publicamente ter errado e, humildemente, pediu perdão, dizendo aceitar as sanções vindas de Roma (carta de retratação + três meses de retiro espiritual) e reafirmando o seu amor e a sua fidelidade à Igreja Católica, a quem ele consagrou toda a sua vida.<br /><br /><br />Não houve, da parte de padre Edwaldo, o mínimo sinal de murmuração contra a Santa Sé ou contra a atitude do Arcebispo Dom José Cardoso. Alegro-me pelo exemplo que este sacerdote está dando ao povo de Recife, ao contrário de outros precedentes que, infelizmente, esta Arquidiocese possui.<br /><br />Seria muitíssimo bom se esses "amigos do Padre Edwaldo" seguissem o exemplo de humildade e docilidade à Igreja que vem dando o sacerdote de quem se dizem "amigos", ao invés de agirem de maneira diametralmente oposta àquela que vem sendo adotada pelo pároco de Casa Forte, deste até mesmo antes da chegada da sanção vinda de Roma.J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-84550347547641913062007-10-09T15:51:00.000-03:002007-10-09T16:31:27.665-03:00Em defesa de Dom José<p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">A recente decisão da Congregação para a Doutrina da Fé de punir o Cônego Edwaldo Gomes, pároco de Casa Forte, por ter o mesmo permitido que um bispo anglicano concelebrasse na sua missa de comemoração de cinqüenta anos de sacerdócio, realizada em dezembro passado, teve uma enorme repercussão na imprensa local. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size:12;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Na totalidade dos casos, tem-se enfatizado apenas um dos lados da questão: o lado de pessoas que, com boas intenções ou não, têm assumido a defesa do Cônego Edwaldo de uma maneira apaixonada e irracional, e que terminam, por isso, lançando suspeitas ou até mesmos ataques diretos à pessoa do Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho.</p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Este artigo vem oferecer um contraponto à situação atual e pretende mostrar que, sob o ponto de vista católico, a atitude do Arcebispo é digna de louvor e que, ao contrário, são passíveis de censura e repreensão as manifestações irresponsáveis de apoio ao padre Edwaldo que vêm sendo veiculadas na imprensa e em outros meios de comunicação.</p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">A atual campanha de mobilização em favor do pároco de Casa Forte tem provocado confusão entre os fiéis católicos da Arquidiocese. Possuindo um conteúdo difamatório que vai desde insinuações levianas até acusações diretas, tal campanha tenciona dividir o povo católico e coloca-lo contra o Arcebispo. Considerando a posição eminente que ocupa a figura do Bispo Católico dentro da Igreja Católica e a necessidade – universalmente afirmada pelo catolicismo – de se manter em união com ele para que se esteja em comunhão perfeita com a própria Igreja, é urgente que sejam escritas algumas linhas, imbuídas de verdadeiro espírito católico, sobre a atual situação que atravessa a nossa Arquidiocese.</p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Em primeiro lugar, é necessário ter bem claro que, na Igreja, existem normas que devem ser seguidas, de maneira especial pelos bispos. Há uma Instrução “Sobre algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia”, chamada “Redemptionis Sacramentum”, e que é normativa para a Igreja. Nesta instrução, lê-se:</p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:12;">“Os <i style="">graviora delicta</i> (atos graves) contra a santidade do sacratíssimo Sacramento e Sacrifício da Eucaristia e os sacramentos, são tratados de acordo com as «Normas sobre os <i style="">graviora delicta</i>, reservados à Congregação para a Doutrina da Fé», isto é:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:12;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p style="text-align: justify;">[...]</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:12;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:12;">c) concelebração proibida do Sacrifício eucarístico juntamente com ministros de Comunidades eclesiais que não tenham sucessão apostólica, nem reconhecida dignidade sacramental da ordenação sacerdotal;” <b style="">(RS 172)</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:12;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:12;">“Os delitos contra a fé e também os <i style="">graviora delicta</i> (atos graves) cometidos na celebração da Eucaristia e nos outros sacramentos, sejam comunicados sem demora à Congregação para a Doutrina da Fé, a qual «examinará e, em caso necessário, procederá a declarar ou impor sanções canônicas do direito, tanto comum como próprio».” <b style="">(RS 179)</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Que o Cônego Edwaldo Gomes concelebrou a sua missa de comemoração pelo jubileu de ouro sacerdotal com um bispo anglicano é fato público, tendo sido inclusive admitido pelo próprio padre. Portanto, houve um ato grave, caracterizado como tal por uma Instrução que é – repetimos – normativa para a Igreja. Ainda segundo esta mesma instrução, tais atos devem ser “comunicados sem demora à Congregação para a Doutrina da Fé” pelos bispos. E foi exatamente isso que, à risca, fez o senhor Arcebispo.</p> <p class="MsoBodyTextIndent"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Por acaso pode um bispo ser criticado por fazer, exatamente, aquilo que ele é instruído a fazer pela Igreja à qual pertence e à qual prometeu servir? Como dissemos anteriormente, as manifestações com as quais os nossos meios de comunicação estão sendo bombardeados possuem um caráter exageradamente passional, que as impede de serem racionais.</p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Isto é o cerne de toda a questão. Houve perseguição, intolerância, implicância, atitude anticristã ou algum outro substantivo semelhante por parte de Dom José Cardoso Sobrinho? Como vimos, a resposta é: absolutamente não. Dom José fez somente o que tinha obrigação de fazer, no desempenho das suas atribuições enquanto Arcebispo Arquidiocesano.</p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Isso posto, analisemos as demais acusações. Diz-se que o assunto poderia ter sido resolvido internamente, sem a necessidade de se acionar os órgãos do Vaticano, não fosse a falta de diplomacia do Arcebispo. Já vimos que tal assertiva não é válida, posto que a Redemptionis Sacramentum pede para que os atos graves ocorridos nas dioceses sejam reportados ao Vaticano; e não há falta de diplomacia em obedecer a uma norma da Igreja.</p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Diz-se ainda que, à referida missa na qual houve a concelebração, estavam presentes outros padres, bispos e vigários-gerais, de modo o fato de Dom José ter denunciado apenas o padre Edwaldo caracterizava perseguição. Contra a isso, é preciso objetar duas coisas. Primeiro: ninguém conhece o teor do comunicado que foi feito ao Vaticano e, por isso, ninguém pode dizer que estavam faltando ou sobrando acusados. Segundo: é evidente que a responsabilidade de um padre que organiza uma celebração é maior do que a responsabilidade de um padre (ou bispo ou vigário-geral) que é apenas convidado – este último, aliás, não teria como saber, a princípio, que haveria uma transgressão às normas da Igreja na missa para a qual ele foi convidado, e talvez não tivesse como saber nem mesmo no dia da celebração, posto ser bastante provável que nem todos os sacerdotes concelebrantes se conhecessem mutuamente e um ministro anglicano veste-se como um sacerdote católico, sendo, portanto, bastante difícil identifica-lo apenas exteriormente. Em suma: até mesmo o bom senso nos diz que não pode haver igualdade de punições para responsabilidades distintas e, destarte, as queixas dos detratores do Arcebispo são, mais uma vez, destituídas de fundamento.</p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Invoca-se, várias vezes, a “unidade ecumênica” como justificativa para a atitude do padre Edwaldo. Ora, é preciso notar que há diretrizes claras da Igreja sobre este assunto e, nelas, não consta a “concelebração” como um meio válido para se fazer ecumenismo – ao contrário, como vimos, a mesma é expressamente proibida. Citemos, como exemplo, os funerais do Papa João Paulo II, que foram amplamente televisionados - havia diversos representantes de diversas religiões, mas com nenhum deles nenhum cardeal "concelebrou" missa alguma. Isto é o verdadeiro ecumenismo. Se, no caso em questão, o cônego Edwaldo tivesse convidado amigos seus, não-católicos, para assistirem à sua missa, não haveria problema algum. O problema foi ter havido uma concelebração, o que é - como vimos - proibido pela Igreja.<br /></p><p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Registre-se, outrossim, uma coisa a mais: é curioso que as mesmas pessoas a defenderem a “unidade” estejam promovendo uma tal desunião dentro da própria Igreja à qual pertencem! Quando os atos contradizem as palavras, que valor pode-se atribuir a elas? Se há um verdadeiro apreço pela unidade (e não uma atitude passional em defesa de algo que se considera injusto sem nem mesmo o ter analisado de maneira objetiva), por que ele não impede as manifestações desagregadoras de serem publicadas às pencas nos meios de comunicação sociais da nossa Arquidiocese?</p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Analisando assim os atuais acontecimentos, à luz da doutrina católica e da boa razão, chegamos inevitavelmente à conclusão de que a atitude do senhor Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, foi uma atitude exemplar de zelo e amor à Igreja Católica, pela qual os verdadeiros fiéis devem lhe ser gratos. Os bispos são sucessores dos Apóstolos e, em suas dioceses, detêm autoridade que deve ser reconhecida pelos católicos que estão sob a sua jurisdição. Atitudes irresponsáveis como as que nós vimos nos últimos dias causam um grande mal à Igreja e, portanto, devem ser vigorosamente rechaçadas por todos os católicos que quiserem continuar sendo dignos deste nome.</p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p> <p class="MsoBodyText" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Subscrevemos este artigo, em nome de muitos outros fiéis da Arquidiocese que, conosco, compartilham os mesmos sentimentos de indignação contra a campanha difamatória, bem como de apoio às atitudes de Dom José, injustamente perseguido por algumas pessoas que, conscientemente ou não, militam contra a Igreja Católica e procuram despoja-la dos sentimentos de respeito e veneração que todos nós, fiéis católicos devemos ter para com o nosso Bispo, sucessor dos Apóstolos, e a quem devemos estar unidos, “a fim de estarmos submetidos a Deus” (Santo Inácio de Antioquia, século II da Era Cristã).</p> <p class="MsoBodyTextIndent"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p> <p class="MsoBodyTextIndent"><b style="">Jorge Ferraz</b>, católico, paroquiano da Torre – <a href="mailto:jorgeferraz@gmail.com">jorgeferraz@gmail.com</a></p> <p class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: left;" align="left"><b style="">Claudemir Júnior</b>, católico, paroquiano da Imbiribeira – <a href="mailto:jc.pachecojr@gmail.com">jcpacheco.junior@gmail.com</a></p> <p class="MsoBodyTextIndent"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></p>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-56243311528726773002007-09-25T08:05:00.001-03:002007-09-25T09:01:22.902-03:00Sobre prazeres humanosUm dos ataques mais comuns à Igreja Católica é aquele lançado contra a Sua posição sobre os prazeres humanos. De fato, para a mentalidade hedonista moderna, soa absolutamente incompreensível que se possa colocar como fim último a ser almejado pelo homem alguma coisa diferente do prazer, e - pior ainda! - que se deva, em alguns casos, abrir mão de um prazer para manter o homem retamente ordenado àquilo para o qual ele foi criado.<br /><br />As objeções são muitas e variadas. Desde a desqualificação gratuita ("ah, mas isso é coisa que já está ultrapassada") até alguns argumentos mais elaborados ("se o prazer fosse errado, Deus não o teria criado") que merecem ser analisados. Isto será feito aqui.<br /><br />Antes de mais nada, o fato de alguns ensinamentos da Igreja não encontrarem reflexo nas sociedades atuais só mostram que as sociedades atuais são depravadas, e nada mais do que isso. O critério para se discernir o certo do errado não pode ser a voz da maioria nem o costume [no caso moderno, artificialmente forjado e imposto pelos inimigos da Igreja; mas isso foge ao escopo deste post] generalizado dos povos, e sim a reta Razão. Ademais, a Igreja, sendo de instituição divina, não tem o objetivo de "perscrutar" os povos e "haurir" deles a Verdade, mas, ao contrário, é depositária da Verdade que veio de Deus e tem a missão de ensiná-la a todos os povos. Assim sendo, o fato de alguns valores defendidos pela Igreja estarem "fora de moda" é absolutamente irrelevante.<br /><br />Passemos a objeções mais interessantes. "Se o prazer fosse um mal, Deus não o teria criado". Ora, eis aí uma verdade evidente! Deus não teria criado o prazer se este fosse um mal, porque tudo o que Deus cria é bom; por isso, a conclusão lógica necessária é a de que o prazer, posto que indubitavelmente foi criado por Deus, é um bem. Com isso, estão de acordo a Doutrina Perene e os princípios modernos.<br /><br />Todavia, do fato do prazer ser um bem, não segue que se possa fruir dele sem medidas. Todos os bens criados, pela própria natureza de "criados", são relativos. O único Bem Absoluto é Deus, e é este Bem Supremo o fim último do homem. A partir do momento em que um prazer momentâneo "cega" o homem de tal maneira que o faz perder de vista o Bem Absoluto que é a única coisa capaz de o saciar completamente, a Igreja tem o direito e o dever de gritar bem alto que esta pessoa está enganada e que não deve agir dessa maneira, da mesma forma que se diz para uma criança que ela não deve se empanturrar de doces antes do almoço. "Ah, mas mamãe não devia fazer doces, então, se fosse errado comer doces" - poderia argüir esta criança. Acontece que não é errado comer doces. Errado é trocar o almoço pelos doces. De maneira análoga, não é errado usufruir dos prazeres criados por Deus - errado é trocar Deus por esses prazeres. E é exatamente isto que prega o mundo moderno.<br /><br />"Mas ninguém é obrigado a trocar Deus pelos prazeres; pode-se ter as duas coisas". A isso, deve-se responder: <span style="font-weight: bold;">não</span>. Não se pode ter as duas coisas, e é o próprio Jesus Cristo que o afirma: <span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">"Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza"</span> (<span style="font-weight: bold;">Mt VI, 24</span>).<br /><br />"Ah, mas então, as duas coisas são opostas?" A resposta é "não", de novo. Deus e os prazeres não são opostos, como Deus e a riqueza também não o são. Se fossem opostos, o prazer não seria um bem - e nós já vimos que o contrário disto é que é verdade. Acontece que é característico da natureza humana decaída "inverter a ordem" das coisas, e desejar com avidez aquilo com relação ao qual devia ter só um desejo relativo, ao mesmo passo em que age com tibieza (e, às vezes, até com indiferença!) em relação aos desejos importantes que deveria nutrir. Repetimos: Deus é o único Bem Absoluto, é a única coisa que devemos desejar absolutamente. Os prazeres humanos, <span style="font-weight: bold;">se desordenados</span>, levam o homem a esquecer isso. A busca desordenada de prazeres leva o homem a se tornar escravo do prazer. E o prazer não deve ser servido; só a Deus se deve servir.<br /><br />A posição católica resplandece, pois, com toda a sua coerência. Há variedade de bens no mundo, mas só Um deles (é o que mais) importa, que é o Bem Supremo, o Bem Incriado, Deus, autor e fonte de todos os bens. Pode-se, certamente, usufruir dos bens criados, mas dentro dos limites nos quais eles foram criados: retirá-los desses limites seria dizer que Deus errou ao fazê-los desta maneira, e que deveria Ele tê-los feito de algum outro jeito no qual "Ele não pensou". E isso é, insofismavelmente, afastar-se de Deus, colocando-se acima d'Ele e se arrogando o direito de julgar a Sua obra.<br /><br />Que a Virgem Maria, Sede da Sabedoria, possa nos conseguir, do Alto, as luzes do Espírito Santo, para que entendamos com clareza essa questão sobre a qual os inimigos da Igreja procuram lançar tantas sombras, impedindo-a de surgir com todo o seu esplendor. E que Ela nos dê a força necessária para sermos "sal da terra e luz do mundo", nesse mundo tão sombrio e tão ausente de gosto.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco!</span><br /><span style="font-weight: bold;">Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Santa Maria, Mãe de Deus,</span><br /><span style="font-weight: bold;">rogai por nós, pecadores,</span><br /><span style="font-weight: bold;">agora e na hora de nossa morte.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Amém.</span>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-73827566675854416842007-09-17T16:51:00.000-03:002007-09-17T17:53:56.458-03:00Marchinhas de Carnaval [fora de época...]<span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">"A nossa vida é um carnaval, </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">a gente brinca, escondendo a dor; </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">e a fantasia do meu ideal</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">é você, meu amor!"</span><br /><br />Isso é uma música de carnaval. Eis uma festa que sempre exerceu em mim um fascínio espetacular! Ela sempre me pareceu ter algo de bastante paradoxal. De fato, se existe um tema recorrente nas marchinhas de carnaval é essa dicotomia entre a felicidade e a tristeza, entre o sonho bom e a dura realidade. O carnaval é uma festa que subsiste na tensão entre o Sábado de Zé Pereira e a Quarta-Feira de Cinzas; entre a felicidade sem limites momentânea que ele oferece, e a dura consciência de que o tempo caminha, inexorável, rumo às cinzas da quarta-feira. A sua alegria é meticulosamente delimitada no tempo.<br /><br />A euforia do carnaval é permeada pela tristeza da quarta-feira de cinzas! Isso está presente nas músicas que são características desse período; quando não há referência explícita ao fim do Carnaval (<span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">"É de fazer chorar / Quando o dia amanhece / e obriga o frevo a parar... / Oh, Quarta-Feira ingrata, / chega tão depressa / só pra contrariar!"</span>), há as histórias dos amores impossíveis de Colombinas e Arlequins (<span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">"Quanto riso, ah, quanta alegria / - mais de mil palhaços no salão! / Arlequim está chorando pelo amor da Colombina / no meio da multidão..."</span>), ou ainda de paixões passageiras (<span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">"Mas é carnaval, / não me diga mais quem é você... / Amanhã tudo volta ao normal!"</span>)... não importa. As marchinhas de Carnaval, para serem boas, precisam ser tristes, porque o carnaval tem, intrinsecamente, a tristeza de ser passageiro.<br /><br />E é precisamente este paradoxo do carnaval - a tristeza na alegria - que sempre me encantou. Os prazeres do mundo são tentadores, bem o sabemos; mas vejam que espécie estranha de tentação! Um prazer que se diz expressamente passageiro... uma alegria que carrega, em si, a tristeza da própria efemeridade. Quem é que vai se enganar, tomando como absoluto um prazer que se define, repetidamente, como limitado?<br /><br />Mas, se olharmos um pouco melhor, veremos aí a malícia da tentação! Pois, note-se bem: uma coisa é escolher algo mau, mas que está "revestido" de uma roupagem boa, capaz de enganar. E outra coisa, bem diferente e bem pior, é gostar do algo mau sabendo ser ele mau, despido daquilo que pode enganar um incauto. Coisa lamentável é entregar-se a um bem menor sem avaliar corretamente as suas (reduzidas) dimensões; coisa muito mais lamentável é entregar-se a este bem menor <span style="font-weight: bold;">conhecendo exatamente</span> o seu parco tamanho! Ah, o carnaval pode parecer bem pouco enganoso, para quem gosta de escutar marchinhas... mas como é pior o abismo que ele abre, como é tão mais desgraçado quem nele cai, precisamente <span style="font-weight: bold;">por causa</span> da falta de engano... precisamente pela verdade revelada nua e crua!<br /><br />E esta visão de mundo carnavalesca é o extremo oposto da visão de mundo cristã. Os católicos vivem num "vale de lágrimas", num mundo de sofrimentos, sabendo todavia que esta vida é curta e que, sofrendo bem neste mundo, poderemos gozar um dia da Bem-Aventurança celeste que não tem fim. O carnaval é um "vale de prazeres", onde se deve aproveitar bem a festa que é curta, porque depois voltará a tristeza do quotidiano...<br /><br />A festa curta do carnaval, que deve ser aproveitada, porque o futuro é só tristeza... As lágrimas do dia-a-dia enquanto caminhamos nesta curta vida, que devem ser choradas, porque o futuro é a Glória da Vida Eterna! Uma perfeita correspondência antitética! Eis aí a tentação de Momo!<br /><span class="DataFONT"></span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">"Vê, Colombinas azuis a sorrir, lá-láiá...</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">Vê, serpentinas na luz reluzir...</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">Vê os confetes do pranto no olhar</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">desses palhaços dançando no ar!</span><br /><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">Vê, multidão colorida a gritar, lá-laiá...</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">Vê, turbilhão desta vida passar...</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">Vê os delírios dos gritos de amor</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">nesta orgia de sol e de dor!"</span><br /><br />Se nos for permitido tomar catequese do carnaval, que peguemos (como um exemplar da sua filosofia) esta música, e a entendamos do jeito certo: não gastemos os nossos dias vendo <span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 255);">o turbilhão desta vida passar</span>! Sim, a vida passa depressa, como um turbilhão - como nos ensina a Doutrina da Igreja - e importa que cuidemos com zelo do pouco tempo que nos é dado, a fim de não o vermos simplesmente passar! Como nos diz o finalzinho daquele soneto de Frei Antônio das Chagas:<br /><br />"Ó vós, que tendes tempo sem ter conta,<br />não gasteis vosso tempo em passatempo!<br />Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta.<br /><br />Pois aqueles que, sem conta, gastam o tempo,<br />quando o tempo chegar de prestar conta,<br />chorarão, como eu, o não ter tempo."<br /><br />Permita-nos Deus cuidar bem do nosso tempo; para que não aconteça de, arrastados pelo turbilhão da vida, chorarmos depois o ter ela passado tão depressa!J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-66299857884855259922007-09-08T16:42:00.000-03:002007-09-08T17:20:34.352-03:00O Grito dos Excluídos"<span style="font-style: italic;">O Grito dos Excluídos é uma grande manifestação popular para denunciar todas as situações de exclusão e assinalar as possíveis saídas e alternativas.</span>"<br /><br />É o que reza a <a href="http://gritodosexcluidos.com.br/">página principal do Grito dos Excluídos</a>. Posto assim, parece ser uma coisa muito bonita. Mas acontece que é preciso destrinchar essa definição.<br /><br />Por "<span style="font-style: italic;">uma grande manifestação popular</span>", deve-se entender que é a movimentação de um grande número de pessoas, orquestrada por organizações como o "Movimento dos Sem-Terra" e a "<a href="http://www.sof.org.br/marcha/?pagina=aMarcha">Marcha Mundial das Mulheres</a>", uma ação do movimento feminista internacional que defende, entre outras sandices, o aborto. Tudo isto está lá, no site do Grito supracitado, na parte de "parceiros".<br /><br />Por "<span style="font-style: italic;">denunciar</span>", deve-se entender "apresentar as nossas reivindicações". Quais reivindicações?<br /><br />"<span style="font-style: italic;">Todas as situações de exclusão</span>". Por isso, pode-se entender qualquer coisa. Em particular: se uma mulher quer abortar e não pode fazê-lo [já que isso é crime], isso configura, na lógica distorcida do "Grito dos Excluídos", uma "situação de exclusão".<br /><br />Por "<span style="font-style: italic;">assinalar as possíveis saídas e alternativas</span>", deve-se entender "subverter a ordem e fazer pressão a fim de que as nossas reivindicações sejam atendidas". Quanto ao que nos interessa: se, para isso, os movimentos abortistas precisam fazer lobby a fim de legalizar o assassinato de crianças inocentes - que o façam. Eis, pois, o "Grito dos Excluídos"!<br /><br />Trocando em miúdos: entre tantas outras coisas (que não vale a pena entrar em detalhes agora, porque só isto já é suficiente para desmascarar o lobo), o Grito é um movimento organizado por Organizações internacionais com o objetivo de promover o aborto no Brasil. Eis, clara e inegável, a verdade dos fatos, tal como pode ser obtida simplesmente seguindo um ou dois links a partir da página principal do Grito dos Excluídos!<br /><br />Os verdadeiros excluídos são as crianças covardemente assassinadas no ventre de suas próprias mães. Estes são os que verdadeiramente não têm voz, e que não podem fazer nada em sua própria defesa. Estes, o máximo que podem dar é um "<span style="font-weight: bold;">Grito Silencioso</span>" (vide música da "<a href="http://www.tagtuner.com/music/albums/Comunidade-Santa-Clara/Por-uma-nova-geracao-de-Amor/album-v22995d">Comunidade Santa Clara</a>"). Que este grito chegue aos ouvidos d'Aquele para Quem nada é oculto; e que Nossa Senhora Aparecida livre, da maldição do aborto, esta Terra de Santa Cruz.<br /><br />Kyrie, eleison!J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1153146187032379652006-07-17T11:14:00.000-03:002006-07-17T11:27:26.410-03:00“O que tens na mão?” - por Gustavo Souza<div align="justify"><b><u>“O que tens na mão?” (Ex 4,2)</u></b></div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="justify"> </div><div align="justify">Essa é a pergunta que Deus faz a Moisés quando este tenta se esquivar de sua missão. Deus o convida a libertar Israel da mão do Faraó, mas Moisés arruma mil desculpas – todas elas esfarrapadas – para se escusar de sua tarefa. </div><div align="justify"><br />É interessante perceber que <em>Deus sempre usa aquilo que está em nós</em> para cumprir os seus desígnios. No Episódio da sarça ardente (Ex 3.4, 1-17) essa realidade fica bem evidente. Primeiro <em><strong>Deus usou a curiosidade de Moisés</strong></em>: Quando ele apascentava o rebanho do sogro, vê uma sarça ardendo sem se consumir; algo como uma chama inextinguível, uma labareda que jamais se apagava, nem arrefecia. Moisés então diz: “Vou me aproximar para contemplar esse <em>extraordinário espetáculo, e saber por que</em> a sarça não se consome” (Ex 3,3).O extraordinário atraiu Moisés ao Extraordinário; ele iria conhecer não só os Mandamentos de Deus, mas o próprio Deus dos Mandamentos. Entretanto ser atraído pelo <em>extraordinário espetáculo</em> é particularmente perigoso porque se corre o risco de nos tornarmos superficiais. De parar no fenômeno e não enxergarmos o Autor do fenômeno. Corremos o risco de não perceber Deus nas coisas simples, no <em>ordinário</em>. É, aliás, uma mania antiga que nós temos: achamos que Deus está no fogo ardente, no vento impetuoso e nos terremotos, e esquecemo-nos de que ele se encontra na suavidade da brisa (I Rs 19,11-12). Mas ainda assim, correndo todos os riscos, a primeira “isca” que Deus usou para fisgar Moisés foi <em>a curiosidade</em>.</div><div align="justify"><br />Depois <strong><em>Deus usou o nome</em></strong> de Moisés. <em>Moisés</em> significa <em>saído das águas</em>. Chamando-o pelo nome Deus mostra que o conhece, que quer cativá-lo. Deus sabia <em>quem</em> era Moisés e mesmo assim o escolheu. </div><div align="justify"><br /><em><strong>Deus usou</strong> também <strong>a disponibilidade</strong></em> de Moisés. No momento em que Moisés mostra interesse, se aproxima, é então que o Senhor se lhe revela. Pois quando Iahweh o chama pelo nome a resposta de Moisés é a que aparece ao longo de toda a Sagrada Escritura na boca dos que servem a Deus de modo autêntico: Eis-me aqui! Lembremos que Deus usou a disponibilidade de Maria para cumprir seu projeto de salvação. A disponibilidade é uma arma muito poderosa nas mãos de Deus. Em certa medida, podemos dizer que sem ela não há redenção. </div><div align="justify"><br />Moisés então reclama que não tem o dom da palavra. E <em><strong>Deus usou Aarão</strong></em> para cumprir sua vontade. Daquela hora em diante, disse o Senhor, Aarão seria para Moisés uma boca e Moisés lhe serviria de Deus. (Ex 4,16). Muitas vezes somos “ricos demais”, a ponto de nos tornarmos cegos e não percebemos que o irmão – quem quer que seja ele - pode ser um canal da graça de Deus para mim. Muitas vezes o orgulho nos impede de enxergar que Deus não depende de nós. E que, se Ele não me usar para fazer determinada coisa, usará outra pessoa. Mas os seus projetos sempre se cumprem. </div><div align="justify"><br />Mas o ápice dessa pedagogia divina (<em>de usar o que esta em nós</em>) acontece quando o Senhor pronuncia a seguinte frase: “Que tens na mão?” Moisés responde: “uma vara”. E <strong><em>Deus usou a vara de Moisés</em></strong> para realizar prodígios diante do próprio Moisés, do Faraó e de todo o povo de Israel. Semelhante pergunta Jesus fez aos apóstolos quando realizou a primeira multiplicação dos pães.(Mc 6,38). Jesus <em>usou o que tinham</em> e alimentou mais de 5 mil homens sem contar mulheres e crianças. Mas, hoje me dia, já não somos crianças generosas como aquela que deu ao Senhor os cinco pães e os dois peixes para que Ele os multiplicasse. Depois de ressuscitado Cristo também pergunta aos apóstolos <em>o que eles tinham</em> para comer. E Deus usa a comida que eles lhe oferecem para provar que está vivo, ressuscitado, e que não é um fantasma. Comendo com eles Jesus mostra que é o mesmo <em>ontem, hoje e sempre</em>. </div><div align="justify"><br />Na verdade tudo isso faz parte de uma “técnica” de Deus para nos conquistar. A dominicana de Sena nos ensina: “Criei-vos sem vossa colaboração; não pedistes para existir; mas sem vosso concurso não vos salvarei”.(Santa Catarina de Sena, O Diálogo, 36.2). Isso não é uma <em>necessidade</em>, mas um <em>desejo</em> de Deus. Nos apenas participamos das realizações <em>de Deus</em>.</div><div align="justify"><br />Um dos grandes problemas do mundo moderno é que temos negado a Deus aquilo que temos. Não temos dado ao Senhor o que é d’Ele. Temos tirado as <em>ferramentas</em> de Deus e dado as costas para a sua vontade. Quantos de nós andamos escondendo aquilo que temos, como aquele servo mau e preguiçoso que enterrou seu talento (Mt 25,26)? Quantos médicos cristãos há que nunca deram uma hora de consulta para o Senhor? Quanto advogados nunca lutaram para que fosse feita justiça aos pobres? Quantos professores, contadores, músicos, psicólogos, pedagogos, dentistas, administradores, pedreiros, encanadores, que nunca colocaram ao serviço de Deus os seus dons, as suas profissões? Quantos há que moram nas ruas sem que lhes ofereçamos um pouco do conforto que temos? Quantos há que passam fome e não participam dos nossos rodízios de pizza, de carne ou do que quer que seja? Quantos sedentos há que dariam tudo por um pouco daquela coca-cola que bebemos mesmo sem ter sede, apenas por vício? Quantos há que passam frio enquanto nós dormimos sob nossos edredons?</div><div align="justify"><br />Dar a Deus aquilo que temos e permitir que Ele use o que está em nós não é fruto da nossa generosidade. Simplesmente porque nós somos egoístas e em nós não há nenhum vestígio de generosidade. Ser caridoso e doar-se é apenas <strong>gratidão</strong>. É retribuir e partilhar, com o próximo, tudo o que temos nas mãos, tudo aquilo que Deus nos deu.</div><div align="justify"><br />O que tens na mão?(Ex 4,2). Que essa pergunta possa ecoar em nós e que ela nos faça repensar no nosso serviço e na responsabilidade que temos de usar os <em>talentos</em> que recebemos para a glória de Deus e salvação das almas. </div>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1148914024532873452006-05-29T11:32:00.000-03:002006-05-29T11:57:51.840-03:00A Guerra pela Verdade<div align="justify">Depois de muito tempo OFF, voltemos à ativa. =)</div><div align="justify"></div><div align="justify">Se existe um assunto que volta e meia surge aqui e alhures, tão velho quanto o próprio cristianismo e, contudo, tão celebrado como se fosse a última novidade da liberdade de pensamento e da emancipação do homem do jugo da religião, este assunto é a ofensa, direta ou indireta, escancarada ou velada, à Igreja Católica.</div><div align="justify"><br />Não é novidade. O próprio Cristo já nos adverte: </div><div align="justify"><br /><em><span style="color:#3333ff;">"Se me perseguiram, também vos hão de perseguir"</span></em>. (Jo 15, 20b)</div><div align="justify"><br />Se, pois, Aquele por quem os Céus e a Terra foram criados não foi poupado das calúnias e das zombarias, por que é que nós, miseráveis e pecadores, esperaríamos assim o ser? As palavras do Evangelho são claras: Cristo foi perseguido. Assim, também os cristãos foram, são e sempre serão perseguidos. </div><div align="justify"><br />Foi assim desde a época do Império Romano, quando os cristão eram acusados de toda sorte de atrocidades, de canibalismo (distorção cretina da Eucaristia, diante da qual resisto a conceder o beneplácito da ignorância) e de assassínio ritual (coisa para a qual não consigo encontrar justificativa - talvez o Batismo, pelo qual as pessoas eram sepultadas com Cristo?), etc. Diante dos romanos, Tertuliano<span style="font-size:78%;">[1]</span> já se defendia:<span style="color:#ff0000;"></div><div align="justify"><br />"Monstros de maldade, somos acusados de realizar um rito sagrado no qual imolamos uma criancinha e então a comemos, e no qual, após o banquete, praticamos incesto, e os cães, nossos alcoviteiros, pois não, apagam as luzes para na imoralidade da escuridão nos entregarmos a nossas ímpias luxurias!</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Isto é o que constantemente usais para nos perseguir, embora não tenhais tido o cuidado de elucidar a veracidade de tais coisas de que somos acusados há tanto tempo. Tragam, então, esse assunto à luz do dia, se acreditais nisso, ou não lhes deis crédito, se nunca investigastes a respeito. Com base nesse dissimulado jogo, somos levados a vos esclarecer que não é verdade um fato que não ousais investigar".</span> (Apologia, cap. VII)</div><div align="justify"><br />Muitas pessoas já disseram isso antes, e creio que até eu já o tenha escrito algures, mas nunca é demais repetir: a Verdade gera o ódio. Dos maus. É apanágio da Verdade provocar o amor dos bons e o ódio dos maus. Este é o Seu privilégio, e a Sua honra. A Verdade é dura, e une e separa. Une ao Seu redor os que A amam - os católicos, organizados na Verdadeira Igreja - e separa destes os que A detestam - os inimigos da Igreja, a Anti-Igreja, a Sinagoga de Satanás, a Cidade dos Homens. O próprio Tertuliano já o dizia: << <em><strong>A Verdade e a aversão à Verdade vieram ao mundo juntas</strong></em> >> (op. cit, cap. VII). </div><div align="justify"><br />O fato - nunca é demais repetir - é que o motor da História é a luta dos servos de Deus contra os servos de Satanás, da Cidade de Deus contra a cidade dos homens. Santo Agostinho falava sobre essas duas cidades, dizendo que do amor a si próprio até o desprezo de Deus nasce a Cidade dos Homens, e do amor a Deus até o desprezo de si próprio nasce a Cidade de Deus. Esta, esforça-se para glorificar a Deus e salvar almas. Aquela, procura incessantemente ofender a Deus e levar as almas à perdição. É uma verdadeira guerra, a mais importante de todas as guerras, pois o que está em jogo é a própria razão de ser da Existência, é o fim último da Criação, é a Glória de Deus e a salvação das almas. </div><div align="justify"><br />E, se estamos numa Guerra, é mister combatermos. A Igreja, peregrina na terra, é chamada de Igreja Militante. Militante, por quê? Porque os católicos são soldados de Cristo, com a <strong>obrigação</strong> de, sempre alerta, defenderem o Bem e a Verdade, Deus e a Igreja, que diuturnamente são atacados por seus inimigos. Perseguições, sempre houve e sempre as vai haver. Mas importa que, ao lado delas, haja os defensores da Verdade; importa que os católicos não sejam omissos, e não capitulem diante dos ataques que lhes são dirigidos com fúria. Importa que os soldados de Cristo estejam sempre em prontidão, para impôr resistência às ofensivas de onde quer que elas venham.</div><div align="justify"><br />Hoje, os ataques são os mais variados possíveis. Os blasfemos genitais feitos com terços da Márcia X<span style="font-size:78%;">[2]</span>, o insidioso "habemus cocam" de Evandro Prado<span style="font-size:78%;">[3]</span>, o "Evangelho" de Judas, o "Código da Vinci", a crucificação de Madonna<span style="font-size:78%;">[4]</span>... essas coisas "passam como vento", alguns podem dizer. Errado; elas até passam, mas deixam as suas marcas. Essas coisas, por pequenas que sejam, vão minando o senso de sagrado, enfraquecendo a fibra dos católicos, destruindo, às vezes inconscientemente, o tesouro da Fé. São coisas passageiras, sim, mas não como vento: como flechas envenenadas. Que machucam, e das quais precisamos nos defender. </div><div align="justify"><br />Como podemos nos defender? Vittorio Messori propôs<span style="font-size:78%;">[5]</span>, há alguns meses, uma Liga anti-difamação. A proposta é excelente, mas falta operários. O que podemos fazer, em um nível menor? Ou melhor, o que devemos fazer? Devemos defender a Verdade, onde quer que Ela seja atacada: em casa, na Universidade, no Trabalho, onde quer que estejamos. Afinal, nos dizeres do próprio jornalista italiano, << <em>a mentira, quando é demonstrável como tal, não tem direito à cidadania</em> >>. Esta é uma verdade que anda muito esquecida em nossos dias, nos tempos hipócritas da "liberdade de expressão". <strong>Não há liberdade para a mentira</strong>; esta, deve ser combatida, de todas as formas possíveis e alcançáveis, de onde quer que ela venha. </div><div align="justify"><br />Que a Virgem Mãe de Deus possa ser em nosso favor, e nos tornar cada vez mais melhores soldados de Cristo, soldados fiéis, conscientes do seu dever e dispostos a consumir a própria vida no serviço à Igreja, na defesa da Verdade, na construção do Reino de Deus. </div><div align="justify"><br />Amém.</div><p><br /><strong>Referências:</strong><br /><br />[1] <a href="http://www.geocities.com/Athens/Aegean/8990/apolt0.htm">http://www.geocities.com/Athens/Aegean/8990/apolt0.htm</a><br />[2] <a href="http://marciax.uol.com.br/mxObra.asp?sMenu=2&sObra=26">http://marciax.uol.com.br/mxObra.asp?sMenu=2&sObra=26</a><br />[3] <a href="http://www.evandroprado.com.br/">http://www.evandroprado.com.br/</a><br />[4] <a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u60751.shtml">http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u60751.shtml</a><br />[5] <a href="http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=noticias&id=M0212">http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=noticias&id=M0212</a><br /></p></span>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1143559522163276342006-03-28T12:06:00.000-03:002006-03-28T12:28:32.543-03:00Alegria e Esperança =)<div align="justify">Não é novidade para ninguém que me conheça, um mínimo que seja, o meu interesse pela Liturgia da Igreja e a minha predileção pelas "coisas antigas", pelo Rito do qual participaram os santos através de séculos de catolicismo, pelo Santo Sacrifício de Nosso Senhor celebrado segundo as fórmulas anteriores à Reforma Litúrgica do século XX.</div><div align="justify"><br />Não pretendo, aqui, fundamentar a minha opinião sobre a Reforma, nem explicar detalhadamente ambos os ritos e a diferença entre ambos, nem nada disso. Hoje, quero apenas aproveitar o <strong><em>Gaudete et Laetare</em></strong> do domingo último para expressar a minha felicidade e as minhas mais vivas esperanças em relação às mudanças que se anunciam no Horizonte da História, e que, lá longe, em Roma, já podem ser visualizadas. </div><div align="justify"><br />Os órgãos de imprensa estão anunciando, abundantemente, esses dias, que o Papa está interessado no problema dos lefebvristas e do Missal de S. Pio V. Para quem não está por dentro da situação, uma rápida pincelada no quadro geral:</div><div align="justify"><br />Lefebvristas são os membros da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, fundada por D. Marcel Lefèbvre. São padres que não aceitaram o Concílio Vaticano II e o Missal promulgado por Paulo VI, tendo permanecido na celebração da Missa Antigo, no rito de S. Pio V. Hoje, encontram-se oficialmente em cisma, e em negociações com a Santa Sé para que possam voltar à comunhão da Igreja. Cabem muitas considerações aqui, mas não as vou fazer por hoje.</div><div align="justify"><br />O Missal de S. Pio V é o missal que contém o rito da missa celebrado até cerca de quarenta anos atrás, antes da Reforma Litúrgica. Hoje em dia, só pode ser celebrado sob licença especial do Bispo local. Também aqui cabem muitas considerações, mas, como disse no início, não as vou fazer.</div><div align="justify"><br />Pois muito bem: pelas notícias que me chegam, parece-me que Sua Santidade Bento XVI estaria pensando em um acordo de reconciliação com os padres da Fraternidade, e em uma liberação universal do Missal de S. Pio V. Se isso vier realmente a acontecer, teremos dois efeitos maravilhosos:</div><div align="justify"><br /><strong>1-</strong> Todos os seminários da Fraternidade estarão a serviço de Roma. E (apesar de algumas questões sobre as quais não vale a pena entrar em detalhes agora) todos dizem que seus seminários são excelentes.</div><div align="justify"><br /><strong>2-</strong> A Missa de São Pio V poderá ser celebrada livremente, sem a necessidade da licença do Bispo Local que, hoje em dia, é o maior entrave à popularização desse rito. </div><div align="justify"><br />Esses efeitos, a meu ver, são maravilhosos porque:</div><div align="justify"><br /><strong>1)</strong> A presença de bons seminários seria uma valorosa ajuda para elevar o péssimo nível dos sacerdotes que (com honrosas exceções) (des)orientam os católicos, nesses nossos dias difíceis.</div><div align="justify"><br /><strong>2)</strong> A presença regular de missas celebradas segundo o rito antigo seria uma valorosa ajuda para resgatar o senso de sagrado que (novamente, com honrosas exceções) não existe nos católicos atuais.</div><div align="justify"><br />As notícias são animadoras. O Pastoralis<span style="font-size:78%;">[1]</span></a></url> noticia:</div><div align="justify"><br /><i><span style="color:#ff0000;">O Cardeal Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, abordou, à tarde o tema da reforma litúrgica pós-conciliar e a utilização do Missal de São Pio V. Sobre este assunto se destacou o interesse do Pontífice em escutar o parecer dos cardeais sobre se o Missal, vigente até 1962, deveria receber um indulto universal; quer dizer, se poderá ser utilizado livremente na Igreja, sem necessidade de uma aprovação explícita do Bispo local, como atualmente requerem as normas.</span></i></div><div align="justify"><br />O ZENIT<span style="font-size:78%;">[2]</span> nos diz que, numa reunião na Quinta Feira última <i><span style="color:#ff0000;">para discutir os grandes desafios que a Igreja enfrenta atualmente</span></i>, foram colocados <i><span style="color:#ff0000;">três temas de particular importância</span></i>: a Igreja e o Islã, a questão dos bispos eméritos, e as negociações com a Fraternidade São Pio X.</div><div align="justify"><br />De minha parte, fico feliz que as coisas estejam tomando este rumo. Ano passado, chateado com a nulidade dos meus esforços para que a Liturgia da Igreja fosse adequadamente celebrada na paróquia que frequento, escrevi (5 de agosto de 2005<span style="font-size:78%;">[3]</span></url>), em tom de desabafo:</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff0000;"><em>Estou cansado de missinhas animadazinhas, estou cansado de padres que parecem muito mais organizadores de encontros sociais que Sacerdotes do Deus Altíssimo, estou cansado de 'fiéis' que vão à missa para 'viver o amor de Cristo' e não para participar do Sacrifício do Filho de Deus! Será que sou só eu? Será que somente eu sinto vontade de poder assistir duas missas iguais, independente de quem seja o celebrante? Será que sou só eu que tenho dificuldade em enxergar, na Igreja, o Cristo Vítima e Sacerdote por detrás dos cantos protestantes no momento da consagração?</em></span></div><div align="justify"><br />E terminei, em súplica, com o salmista:</div><div align="justify"><br /><strong><span style="color:#3333ff;">"Voltai, ó Deus dos exércitos; olhai do alto céu, vede e vinde visitar a vinha.</span></strong></div><div align="justify"><strong><span style="color:#3333ff;">Protegei este cepo por vós plantado, este rebento que vossa mão cuidou.</span></strong></div><div align="justify"><strong><span style="color:#3333ff;">Aqueles que a queimaram e cortaram pereçam em vossa presença ameaçadora.</span></strong></div><div align="justify"><strong><span style="color:#3333ff;">Estendei a mão sobre o homem que escolhestes, sobre o homem que haveis fortificado.</span></strong></div><div align="justify"><strong><span style="color:#3333ff;">E não mais de vós nos apartaremos; conservai-nos a vida e então vos louvaremos.</span></strong></div><div align="justify"><strong><span style="color:#3333ff;">Restaurai-nos, Senhor, ó Deus dos exércitos; mostrai-nos serena a vossa face e seremos salvos."</span></strong></div><div align="justify"><strong>(Sl 79, 15-20)</strong></div><div align="justify"><br />Agora, vários meses depois, alegro-me sobremaneira em ver a minha prece - na época tão distante, e tão improvável! - ganhar traços de realização. Louvado seja Deus! E que rezemos, incessantemente, confiantemente, para que o Espírito Santo produza a autêntica renovação da Sua Igreja, para a maior glória de Deus e salvação das almas.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"><strong>Referências:</strong></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="left">[1] <a href="http://www.pastoralis.com.br/pastoralis/html/modules/news/article.php?storyid=1334">http://www.pastoralis.com.br/pastoralis/html/modules/news/article.php?storyid=1334</a></div><div align="left">[2] <a href="http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=86470">http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=86470</a></div><div align="left">[3] <a href="http://www.pastoralis.com.br/pastoralis/html/modules/newbb/viewtopic.php?topic_id=140&forum=5">http://www.pastoralis.com.br/pastoralis/html/modules/newbb/viewtopic.php?topic_id=140&forum=5</a></div><div align="justify"></a></div>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1141645382712398782006-03-06T08:38:00.000-03:002006-03-06T09:10:45.680-03:00És pó, e pó te hás de tornar - por Gustavo Souza<p align="center"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:180%;"><b><i><u>“És pó, e pó te hás de tornar.”(Gen 3,19)</u></i></b></span><br /><br /></p><p align="justify">Na Quaresma, somos convidados a reconhecer esta verdade profunda que encontramos logo nas primeiras páginas da Sagrada Escritura. È um tempo de arrependimento e de conversão apropriado para aqueles que, reconhecendo-se longe do Senhor, desejam – como o Filho pródigo - regressar à Casa paterna, na qual há <i>“pão com fartura”.(Lc 15,17)</i></p><p align="justify">A Igreja faz uma convocação geral, como nos tempos do profeta Joel <i>(Jl 2,12-18)</i>, propondo a todos que se reconheçam pecadores, indignos da Misericórdia Divina, e se penitenciem praticando <i>a oração, o jejum e a esmola. </i>Não acho que seja necessário conceituar cada um destes. E acho igualmente desnecessário repetir os apelos que a Igreja faz e que a Palavra de Deus constantemente nos recorda. Prefiro partir para o oposto disso: gostaria de dizer o que <i>não</i> é oração; o que <i>não</i> é jejum, e o que <i>não</i> é esmola. </p><p align="justify">Tenho percebido que, hoje em dia, a oração - principalmente nos grupos <i>de oração - </i>não é mais diálogo, como propõe Santa Catarina de Sena, a Dominicana mais penititente que o mundo já conheceu. È como se rezar se resumisse <i>a falar, falar e falar. </i>Não há mais os momentos de escuta do Senhor. Não há mais a voz que ressoa no silêncio. O eco que se propaga na alma do homem. O louvor de hoje em dia, muitas vezes se assemelha ao balançar das folhas de uma árvore: não mexe na sua raiz, não a faz produzir frutos, é, simplesmente, resultado do vento que passa... </p><p align="justify">Temos feito orações <i>mal feitas</i>. Orações que não se comparam jamais àquelas feitas pelo Senhor! Pois Jesus não só rezava: Jesus <i>rezava bem. </i>Jesus rezava com confiança: <i>“Pai eu te dou graças porque me ouviste” (Jo 11,41)</i>. Orava com fervor: <i>“Então Jesus exultou de alegria e disse: Eu te louvo Pai, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos”.(Lc 10,21)</i> Rezava colocando acima de tudo a vontade de Deus: “<i>Se queres</i>, <i>afasta de mim esse cálice”(Mt 26,39)</i>. Rezava com sinceridade: <i>“Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27,46)</i>. Não rezava com a falsidade que muitas vezes nos faz dizer a Deus o “eu Te amo” mais vazio que alguém pode ter ouvido. Certamente Jesus não faria do terço um vomitar de palavras no ouvido de Nossa Senhora, como nós amiúde fazemos...</p><p align="justify">Aliás, faço aqui uma distinção conveniente e mui útil para que reconheçamos como é imperfeita a nossa oração: oração anestésica é diferente de oração transformadora!<b> </b>Oração anestésica é aquela que resolve meus problemas atuais. É aquela oração do <i>tipo reboco, tapa-buraco</i>. A oração transformadora, porém, tem efeitos profundos no nosso comportamento e mentalidade. Mas, não gostamos dela porque ela produz resultados a longo prazo e nós somos muito imediatistas... Enquanto a oração anestésica <i>me mantém vivo</i>, a oração transformadora <i>me faz viver. </i>Para ilustrar: Se alguém me machuca e eu faço a seguinte oração: “- Senhor, arranca do meu coração a mágoa que essa pessoa me causou. Preenche com o teu amor o vazio que essa pessoa me deixou”, estou tomando um anestésico espiritual. Estou me livrando daquele rancor específico, e todas as vezes que essa pessoa me machucar vou ter que repetir a mesma oração. Nunca conseguirei entender <i>o que é </i>o perdão. Jamais compreenderei <i>o porquê</i> daquela atitude. Não entenderei que quando perdôo alguém não estou <i>me livrando de um a mágoa</i>, estou <i>me tornando livre para amar. </i>A oração transformadora, todavia, me permite enxergar toda essa realidade, porque mexe nas minhas bases, nas minhas estruturas. Ela muda a minha conduta, me dá uma lição de vida e me tira da superficialidade que comumente afeta a relação do homem com o seu Criador. </p><p align="justify">Além disso, Jesus rezava em segredo: <i>“... subiu à montanha para orar na solidão” (Mt 14,23).</i> Seguindo o preceito que lê mesmo instituiu: <i>“Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.<br />Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á”(Mt 7,5-6)</i></p><p align="justify">Depois, é preciso falar a respeito do jejum e de outras renúncias. Tenho visto um mal muito grande se espalhando entre nós, católicos: é a síndrome do “coitadinho de mim”. É a nossa autopiedade. Dizemos que não jejuamos porque estamos <i>morrendo de fome. </i>Quando, na verdade, a maioria de nós não tem a mínima noção do que significa morrer de fome... Sem falar daqueles jejuns absurdos, que alguns escolhem fazer: “- Durante toda a Quaresma não vou tomar suco de cupuaçu”.Se eu não gosto de suco de cupuaçu, que valor tem essa renúncia? Sem contar aqueles penitentes do tipo autofalante, que saem alardeando aos quatro cantos qual o objeto da sua renúncia durante a Quaresma: “-<i> Por amor ao Senhor</i>, nesses quarenta dias, não vou comer chocolate”. Balela, conversa fiada. Quer é emagrecer. Está dando a Deus aquele famoso “presente de grego”. </p><p align="justify">Penso que santos como Santa Catarina de Sena, São Francisco de Assis, São Domingos, e tantos outros, reconhecidos pela prática constante do jejum e da penitência, muito se envergonham dessa nossa conduta. Não só eles, mas também penitentes desconhecidos da maioria de nós, como os monges cartuxos. Estes, professam um a regra de vida tão austera que nunca comem carne, nem mesmo quando estão doentes. Certa vez, o papa Urbano V, quis mudar essa regra, tornando-a mais branda. Os monges, porém, contestaram, enviando ao Sumo Pontífice uma Delegação de 27 religiosos. Entre estes, o mais jovem tinha 88 anos! Diante disso, o Santo Padre desistiu dos seus planos de alterar a regra. Esta, parecia não fazer mal algum a saúde - nem do corpo, nem da alma - dos monges...</p><p align="justify">E, por fim, mas não menos importante, creio que devemos rever a nossa concepção de esmola. Não estou falando de uma doação forçada, como muitas vezes fazemos, por pressão social. Nem estou falando do assistencialismo barato que nos faz jogar aos <i>miseráveis</i>, as moedas que nos pesam nos bolsos. Não me refiro à doação feita por pena, mas sim por obra de misericórdia. Não estou me referindo a uma obrigação cristã, como é o dízimo, mas sim a uma contribuição voluntária, feita por amor e destinada a <i>anônimos</i> cujo nome é Jesus.</p><p align="justify">Também não quero associar à esmola àqueles casos de filantropia que vemos quando ocorre um grande desastre, como foi o Tsunami algum tempo atrás. Aquilo não é esmola! “Os países ricos se mobilizaram para ajudar”.Para ajudar <i>a quem</i>? A si mesmos, incluindo seus nomes entre os países “bonzinhos” que compõem a lista de doadores!<b> <i>“</i></b><i>Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á” (Mt 7,2-4). </i>Quantos dos <i>famosos artistas generosos</i> que fizeram doações milionárias às vítimas do tsunami compareçam lá, ao local do desastre, dando por esmola seu tempo, sua atenção e sua verdadeira solidariedade? Esmola não é sinônimo de dinheiro!</p><p align="justify">Diante de tudo isso, resta-nos reconhecer que somos pó e ao pó retornaremos. Contudo, não esqueçamos que importante é estar nas mãos de Deus, pois o pó nas mãos do Senhor é barro, o qual se torna obra de arte quando modelado pela vontade do Divino Oleiro. Quiçá um dia nos tornemos preciosos vasos, prontos a <i>guardar</i> os tesouros do Senhor. Se queremos alcançar essa graça, penso que devemos começar <i>guardando</i> esse tempo de Graça e Misericórdia que a Igreja nos concede, a Quaresma. Deus nos abençoe!<br /></p>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1139840300307164892006-02-13T10:52:00.000-03:002006-02-13T11:43:04.986-03:00Publicai-o de cima dos telhados<div align="justify"><em><span style="color:#3333ff;">"O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido, publicai-o de cima dos telhados". </span></em><strong>(Mt 10,27)</strong></div><div align="justify"><br />A Religião Verdadeira, a Religião do Verbo Encarnado, é a Religião que deve ser "anunciada de cima dos telhados". Porque a Verdade é um bem e, sendo um bem, a Caridade nos manda compartilhá-la com todas as pessoas. A Igreja sempre considerou o ensino dos ignorantes como obra de misericórdia espiritual. Ensinar faz parte da Sua própria constituição, da Sua própria razão de ser, obediente ao mandamento de Cristo que mandou "<em>ensinar a todos os povos</em>".</div><div align="justify"><br />A Igreja sempre foi o <strong>rochedo inabalável</strong>, contra o qual se despedaçam todos os erros e heresias. Os católicos sempre foram os "soldados de Cristo", valentes guerreiros que, na brecha da muralha, batiam-se contra os inimigos da Verdade, denunciando abertamente - <strong>de cima dos telhados</strong> - os erros do seu tempo.</div><div align="justify"><br />Isso porque não há nada tão pernicioso para a Verdade quanto a livre-disseminação do erro. A Verdade não pode permitir que o erro seja colocado a seu lado, em pé de igualdade. Igualmente, os que amam a Verdade <strong>precisam</strong> odiar o erro. <strong>Precisam</strong> combatê-lo com todas as suas forças. Como nos diz aquela passagem bíblica, do profeta Isaías:</div><div align="justify"><br /><em><span style="color:#3333ff;">"Por amor a Sião, eu não me calarei, por amor de Jerusalém, não terei sossego, até que sua justiça brilhe como a aurora, e sua salvação como uma flama".</span></em> <strong>(Is 62,1)</strong></div><strong></strong><div align="justify"><br />Isso reflete bem a vida do católico, enquanto soldado de Cristo, membro da Igreja Militante: ele não pode se calar, por amor a Deus, por amor à Verdade! Não ama a Verdade quem não odeia o erro. Ele não pode ter sossego enquanto o erro grassa a olhos vistos, no mundo, obscurecendo o esplendor da Verdade. Ele não pode descansar, enquanto que o Sol da Justiça - Cristo - não brilha forte no mundo.</div><div align="justify"><br />O católico <strong>precisa</strong> anunciar a Verdade de cima dos telhados. <strong>Precisa</strong> se opôr aos erros firmemente. <strong>Precisa</strong> denunciá-los claramente. Porque a Verdade não pode ser relativizada em prol de uma convivência pacífica, e nem pode ser sacrificada em atenção aos melindres dos que erram. </div><div align="justify"><br />Como, aliás, sempre o fizeram os santos de todos os tempos; como não encantar-se com o vigor com o qual São Jerônimo defende a Virgindade Perpétua de Nossa Senhora? Ou a ironia com a qual Santo Ireneu debocha dos gnósticos do seu tempo? Ou o peso das palavras com as quais Santo Tomás fulmina os maniqueus medievais? </div><div align="justify"><br />Só a título de ilustração, transcrevo o estilo de Santo Ireneu, a atacar os erros dos gnósticos, em fins do século II:</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff0000;">Vejamos agora as inconstantes doutrinas deles [dos gnósticos]. São duas ou três, e como falam de forma diferente sobre as mesmas coisas e, servindo-se de nomes iguais, indicam objetos diferentes. [...][H]á uma Díada inefável, um dos elementos chama-se Inexprimível, o outro Silêncio. Esta Díada emitiu outra Díada, um elemento dela chama-se Pai e o outro Verdade. Esta Tétrada frutificou o Logos e a Vida, o Homem e a Igreja: eis então formada a primeira Ogdôada. Do Logos e da Vida emanaram dez Potências: uma delas se afastou, foi degradada e fez o restante da obra da fabricação. </span></div><span style="color:#ff0000;"><div align="justify"><br />[...]</div><div align="justify"><br />Outro [...] ensina que a primeira Ogdôada abrange uma Tétrada da direita e uma da esquerda, uma é a Luz, outra as Trevas. A Potência que se afastou e foi degradada, diz que não deriva dos 30 Eões, mas de seus frutos.</div><div align="justify"><br />[...]</div><div align="justify"><br />Outro ilustre mestre deles, dotado de gnose mais sublime e profunda, expõe assim a primeira Tétrada: existe, antes de todas as coisas, um Pró-princípio pró-ininteligível, inexprimível e inominável que chamo Unicidade. Com ele está uma Potência que chamo Unidade. Estas, Unicidade e Unidade, que são uma coisa só, emitiram, sem emitir, um Princípio inteligível, ingênito e invisível, ao qual dou o nome de Mônada. Com esta Mônada está uma Potência da mesma substância, que chamo Um. Estas Potências, isto é, Unicidade e Unidade, Mônada e Um emitiram os restantes Eões.</div><div align="justify"><br />Ha! he! ah! ah! Valem estas exclamações trágicas diante desta audácia em <strong>inventar nomes</strong> e aplicá-los despudoradamente <strong>a esta mentirosa invenção</strong>. Com efeito, quando diz: Existe antes de todas as coisas um Pró-princípio pró-ininteligível que chamo Unicidade e com ele está uma Potência que chamo Unidade, mostra claramente que são ficção todas as palavras que pronunciou e que deu a estas ficções nomes que ninguém antes dele lhes deu. Se não tivesse esta ousadia, segundo ele, ainda hoje a verdade estaria sem nome. Por isso, nada impede que outro qualquer, ao tratar deste assunto, use estes nomes: <strong><span style="color:#ff0000;">Existe certo Pró-princípio soberano pró-esvaziado-de-inteligibilidade, pró-esvaziado-de-substância e Potência pró-pró-dotada-de-esfericidade, que chamo <u>Abóbora</u>. Junto com esta Abóbora coexiste uma Potência que chamo Super-vacuidade. A Abóbora e a Super-Vacuidade, sendo um só, emitiram sem emitir um Fruto visível de qualquer lugar, comestível e saboroso, ao qual dou o nome de <u>Pepino</u>. Junto com este Pepino existe uma Potência da mesma substância, que chamo <u>Melão</u>. Estas Potências, isto é, Abóbora e Super-vacuidade, Pepino e Melão emitiram a multidão restante dos <u>Melões delirantes de Valentim</u></span></strong>. Com efeito, se é necessário ajustar a fala comum à primeira Tétrada e se cada um escolhe os nomes que quer, o que impede usar estes nomes muito mais inteligíveis, usuais e conhecidos de todos?</span> (Santo Ireneu, <strong>Contra as Heresias</strong><span style="font-size:78%;">[1]</span>, Livro I, Parte II, 11,1-11,4. Grifos meus)</div><div align="justify"><br />Que falta faz esse estilo, no mundo pagão em que vivemos hoje! Como ele soa "<strong>rude</strong>", "<strong>grosseiro</strong>", "<strong>politicamente incorreto</strong>"! Como ele é "<strong>intolerante</strong>", "<u><strong>fundamentalista</u></strong>", como ele "<strong>desrespeita</strong>" as "<strong>crenças alheias</strong>"! Contudo, este é o estilo dos santos. Que eu, na medida das minhas parcas capacidades, procuro imitar.</div><div align="justify"><br />Porque, como disse o Papa São Felix III, citado por Leão XIII na sua Encíclica Inimica Vis:</div><div align="justify"><br /><span style="color:#ff0000;"><< <strong>Aprova-se um erro, caso não se resista a ele; suprime-se uma verdade, caso não se A defenda. [...] Quem não se opõe a um crime evidente, abre-se à suspeita de secreta cumplicidade.</strong> >></span> (<strong>Inimica Vis</strong><span style="font-size:78%;">[2]</span>, 7)</div><div align="justify"><br />E os católicos não podem ser cúmplices de erro algum. Não podem abrir mão de defender a Verdade. Sempre <strong>de cima dos telhados</strong>, sempre de maneira clara, sem meias palavras e sem ambigüidades. </div><div align="justify"><br />Mas, infeliz e lamentavelmente, os católicos de hoje em dia, em sua grande maioria, não são adeptos do estilo claro dos santos. Pelo contrário, proclamam a Verdade apenas em sussurros, emitindo, publicamente, opiniões as mais genéricas e abrangentes possíveis, recusando-se a condenar, recusando-se a denunciar. Talvez por medo de parecer "anacrônicos", talvez por medo de "magoar" os que erram, talvez em observância a alguma política de boa convivência. Não sei. </div><div align="justify"><br />Como sempre faço, dou exemplos. Dois. Ambos sobre a CNBB. </div><div align="justify"><br /><strong><em>Primum</em></strong>: terminou, recentemente, no dia 29 de janeiro último, o VI Fórum Social Mundial, um encontro de terroristas de esquerda em patente articulação para o seu plano maquiavélico de implantar o socialismo na América Latina. Desse encontro, no qual foram tecidas loas a Che Guevara e no qual o presidente venezuelano Hugo Chávez exclamou frases de efeito como "<strong>Socialismo ou Morte!</strong>"<span style="font-size:78%;">[3]</span>, a CNBB emitiu um cândido artigo<span style="font-size:78%;">[4]</span>, visivelmente favorável ou, quando muito, indiferente ao citado encontro; e passou em silêncio absoluto todas as críticas que <strong><u>deviam</u></strong> ser feitas a ele. Oras, como é que <strong>existe um encontro internacional</strong> que defende <strong>manifestamente</strong> a implantação do socialismo na América Latina, e a CNBB <strong>noticia</strong> o encontro <u><strong>omitindo meticulosamente os fatos lá ocorridos que são condenáveis à luz da Doutrina Católica</u></strong>? O que justifica isso? </div><div align="justify"><br /><strong><em>Secundum</em></strong>: é sabido que está em trâmite um Projeto de Lei<span style="font-size:78%;">[5]</span>, que pretende liberar o aborto no país. </div><div align="justify"><br />É sabido que a CNBB é a responsável pela Campanha da Fraternidade. O citado projeto de Lei já tem quinze anos (é de 1991) e, <strong>nos últimos dez anos</strong>, <u><strong>nenhuma</u></strong> campanha da fraternidade<span style="font-size:78%;">[6]</span> teve como tema o aborto. E nem o terá a próxima, de 2007. Levando em consideração que a CNBB gastou dinheiro, ano passado, com propaganda a favor de uma lei bolchevique contrária à Doutrina Católica (o referendo do Desarmamento), cabe perguntar: por que não é feito algo parecido para se condenar o aborto? Por que as Campanhas da Fraternidade versam sobre <strong><u>tudo</u></strong>, menos sobre a vida humana indefesa que é atacada? </div><div align="justify"><br />Para não ser injusto, é preciso reconhecer que há alguns comunicados da CNBB contra o aborto. Contudo, voltemos ao ponto de vista doutrinário. É sabido que quem comete aborto incorre em <strong>excomunhão</strong> <em>latae sententiae</em>, bem como todas as pessoas que cooperam com o ato - o namorado, a amiga que aconselhou a clínica, a tia que deu dinheiro, etc. </div><div align="justify"><br />Todo mundo sabe disso? Não. Mas <strong>quem consegue encontrar essa informação nos comunicados existentes no site da CNBB</strong>? Eu não encontrei. Por que o silêncio? Por que a recusa sistemática em informar a população católica brasileira de que, quem coopera com o aborto, está excomungado da Igreja?</div><div align="justify"><br />A esmagadora maioria dos católicos brasileiros não sabe o que é o catolicismo (sobre isso, talvez eu fale num próximo artigo). Mas é claro: como é que eles podem saber, se não têm quem lhes ensine? Como é que eles podem aprender, se não se usa mais o estilo claro dos santos, do "<strong>sim, sim, não, não</strong>"?</div><div align="justify"><br />Tenha Deus misericórdia do Seu povo, que perece por ignorância. E que nós possamos fazer a nossa parte, anunciando de cima dos telhados aquilo que nos foi ensinado; para que, coerentes com nossa posição de católicos militantes, defendamos a Verdade contra os erros e contribuamos para que o Sol da Justiça - Cristo Deus - brilhe sobre a terra. </div><div align="justify"><br />Amém.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="left"><strong></strong></div><div align="left"><strong>Referências:</strong></div><div align="left"></div><div align="left">[1] <a href="http://www.veritatis.com.br/conteudo.asp?pubid=3034">http://www.veritatis.com.br/conteudo.asp?pubid=3034</a></div><div align="left">[2] <a href="http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_08121892_inimica-vis_en.html">http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_08121892_inimica-vis_en.html</a></div><div align="left">[3] <a href="http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/fsm/news_item.2006-01-28.8340058067">http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/fsm/news_item.2006-01-28.8340058067</a></div><div align="left">[4] <a href="http://www.cnbb.org.br/index.php?op=noticia&subop=10289">http://www.cnbb.org.br/index.php?op=noticia&subop=10289</a></div><div align="left">[5] <a href="http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=16299">http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=16299</a></div><div align="left">[6] <a href="http://www.cnbb.org.br/index.php?op=pagina&subop=189">http://www.cnbb.org.br/index.php?op=pagina&subop=189</a></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1138799750362365032006-02-01T10:05:00.000-03:002006-02-01T10:57:41.210-03:00As coisas que não mudam<div align="justify"><em><span style="color:#3333ff;">"Porque eu sou o Senhor e não mudo".</span></em> <strong>(Ml 3,6a)</strong></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />É fato facilmente verificável por qualquer um - embora, muitas vezes, possa passar despercebido por muitos - que o mundo moderno idolatra o "Progresso". Essa idéia de que a História caminha numa "evolução", sempre para um estado cada vez melhor; essa idéia de que as coisas estão em contínuo melhoramento; essa idéia de que mudanças são sempre necessárias, pois as coisas que não mudam levam o mundo à estagnação e à morte; essa idéia de que as coisas precisam ser constantemente "atualizadas", porque as coisas "antigas" estão sempre "ultrapassadas" e "não servem mais"; enfim, essas idéias todas conseguem penetrar nas pessoas quase que por osmose, quase que pela força, num bombardeio diuturno feito pelos mais diversos meios. E o homem moderno, sufocado que está por todas essas idéias que lhe são atiradas por todos os lados, muitas vezes é condicionado a tomá-las para si, sem nem perceber que o está fazendo. É condicionado a "pensar" assim, sem nem se perguntar <strong>por que</strong> o faz. </div><div align="justify"><br />E essas idéias todas são inimigas da Religião. Existem coisas que não mudam, e essas coisas são exatamente o que há de importante neste mundo, o que o homem deve conseguir, aquilo de que o homem precisa. Deus não muda. E, quando um católico adota - às vezes sem o perceber - essas idéias das quais estamos falando, ele se coloca numa posição difícil e estranha. </div><div align="justify"><br />Deus não muda. E existe, dentro do homem, uma sede de Deus: nos conhecidos dizeres de Santo Agostinho, Deus criou-nos para Ele, e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousa n'Ele. Deus é o fim último do homem, é aquilo que ele deseja com todas as suas forças, é aquilo a que ele deve aspirar. Mas Deus não muda. E o que acontece quando o homem, que deveria aspirar às coisas que não mudam, é ensinado a pensar que as coisas precisam sempre mudar, e está <strong>absolutamente convencido</strong> (sim, essa contradição é possível e empiricamente verificável) disso? </div><div align="justify"><br />Acontece que o homem perde o rumo. Desvia-se da sua meta, às vezes por não a reconhecer como tal (os que rejeitam manifestamente a Religião), às vezes por "inventar" outros caminhos - novos caminhos - para chegar até ela (uma estranha espécie de católico). </div><div align="justify"><br />Cito um exemplo para ilustrar esse segundo caso. Durante séculos, o homem foi ensinado a passar das coisas sensíveis às realidades invisíveis, a subir do visível ao inefável. Esse é, aliás, um dos objetivos da Liturgia: conduzir, por meio dos sentidos, o homem às realidades superiores, que escapam à percepção humana. Deus não muda, mas os homens, na sua realidade temporal, mudam. Cumpre "contradizer", de alguma forma, isso que os homens percebem ao investigar o mundo.</div><div align="justify"><br />Há uma música bonita de Suely Façanha que expressa bem isso:</div><div align="justify"><br /><em>A cada passo descobrir</em></div><div align="justify"><em><strong>Que o tempo esconde o que é Eterno.</strong></em></div><div align="justify"><em>E que tu és o sentido,</em></div><div align="justify"><em>Ó meu Senhor,</em></div><div align="justify"><em>De tudo!</em></div><div align="justify"><br />Essa frase - <strong>o tempo esconde o que é Eterno</strong> - resume o que estou dizendo. O homem aspira ao Eterno, mas o tempo O esconde. O que é preciso fazer? Evidenciar, de alguma forma, esse Eterno. Chamar a atenção para as coisas que não mudam. </div><div align="justify"><br />E chamar a atenção para as coisas que não mudam é exatamente um dos propósitos da Liturgia, em particular da Santa Missa. Essa deve exprimir, de maneira tão perfeita quanto possível, a Realidade que o homem precisa conhecer, a Realidade Imutável. </div><div align="justify"><br />Só se pode amar aquilo que se conhece. Como os homens podem amar as coisas que não mudam, se são doutrinados a pensar que todas as coisas precisam mudar? Como os homens podem conhecer o que é Eterno, se este se esconde por trás do Tempo, e se as coisas que deveriam conduzir o espírito ao Eterno estão, também, impregnadas desse pensamento de que "tudo precisa mudar"? </div><div align="justify"><br />Como o homem pode aprender a amar as coisas que não mudam, se ele é ensinado a odiá-las? Na Santa Missa, expressão máxima da Fé Cristã, que devia - insisto - conduzir a alma humana à contemplação do Imutável, o que aprendem os católicos? Que as missas são "monótonas" se forem sempre iguais. Que é necessário, num dia, dar uma bênção às carteiras de trabalho; n'outro, vestir-se de vermelho; n'outro, vestir-se de verde-e-amarelo e subir ao Altar cantando o Hino Nacional; n'outro, levar garrafas d'água para serem abençoadas e aspergir a casa; n'outro, abençoar as chaves de casa, do carro, <em>et cetera</em>, <em>et cetera</em>, <em>et cetera</em>. Num dia é necessário cantar tais e tais músicas, n'outro dia essas músicas estão ultrapassadas e é necessário cantar tais e tais outras, no outro dia ninguém agüenta mais essas músicas e o padre deveria deixar que cantássemos os últimos sucessos dos Ministérios de Música que existem! Como os católicos podem ser levados a amar as coisas que não mudam, se são condicionados, no mundo e - lamentavelmente - nas igrejas a idolatrarem o Progresso?</div><div align="justify"><br />Deus não muda - como diz a epígrafe desse texto. E somos levados a esquecer essa verdade. Até quando...? Hoje em dia, especialmente, é difícil manter os olhos fitos no Eterno, porque mudam as coisas que deveriam nos levar a amar o que não muda. Que Maria Santíssima, inimiga de todas as heresias, possa nos livrar desse erro tão pernicioso e tão disseminado ao nosso redor, nesses tempos de Trevas. E que a Luz não tarde a resplandecer. </div><div align="justify"><br /><em><span style="color:#3333ff;">"Minha alma está muito perturbada; vós, porém, Senhor, até quando?..."</span></em> <strong>(Sl 6,4)</strong></div><div align="justify"><br />A paz e as bênçãos de Deus.</div>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1137852059040862362006-01-21T10:49:00.000-03:002006-02-01T10:33:51.480-03:00Eu mereço o Inferno.<p align="justify"><b><u>Ninguém merece a própria salvação</u></b>. Essa frase pode parecer protestante, mas não é. É catolicíssima. E achei por bem escrever algumas linhas sobre ela. </p><p align="justify"><br />Quando nós falamos que a salvação <i><span style="color:#3333ff;">não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus</span></i> (Ef 2, 8), queremos dizer exatamente isso: o homem <b><u>não merece</u></b> a própria salvação, por mais que ele seja "bonzinho". Não a merece, porque a Salvação, a Vida Eterna, é coisa infinitamente maior do que tudo que o homem pode ser capaz de fazer.</p><p align="justify"><br />A diferença entre a versão católica e a versão protestante desse conceito é a seguinte: para os protestantes, o homem absolutamente não merece a Salvação, de forma alguma, nem recompensa alguma dos Céus: é Deus que, sozinho, realiza todo o trabalho de salvar o homem. É o conhecido <b>Sola Fide</b>, que nega o valor das obras; estas servem tão-somente para "mostrar", "evidenciar" a Fé. </p><p align="justify"><br />A versão católica diz que o homem não merece a Salvação, mas <b><u>passa a merecê-la</u></b> de uma forma bem específica: da forma que Deus determinou. Que forma é essa? Por meio da Graça Santificante: sozinho, o homem é incapaz de fazer qualquer ato que seja minimamente meritório; contudo, em Estado de Graça, as suas obras passam a merecer recompensas, porque são feitas unidas a Deus. O homem coopera com Deus na própria salvação. É a conhecida frase de Santo Agostinho: <b>o teu Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti</b>.</p><p align="justify"><br />Esta foi a forma que Deus "encontrou" para tornar o homem co-responsável pela própria Salvação: embora os atos dele, por serem humanos, sejam ínfimos diante da Infinitude Divina e, justamente por isso, não sejam dignos de recompensa alguma, Deus vem "morar" na alma do homem e, a partir daí, as obras do homem são "também" obras divinas, por serem feitas em união com Deus e, assim, tornam-se dignas de recompensa. </p><p align="justify"><br />Não sei se me fiz entender: as obras humanas, feitas sozinhas, não têm valor, porque o homem decaído não merece nada dos Céus. Já as obras humanas, feitas em união com Deus, têm valor, sim, por causa da Graça Divina que a elas dá esse valor. </p><p align="justify"><br />Decidi escrever sobre o assunto porque percebo um problema sério na concepção de Deus que as pessoas, atualmente, têm: Deus deixa de ser Justiça, e passa a ser pura Misericórdia. As pessoas perdem a consciência do pecado, e perdem a consciência de que <b><u>merecem o Inferno!</u></b> Essa é uma noção que deveria estar sempre presente em todos os cristãos, não como desespero, que é pecado, mas como um humilde reconhecimento de um fato: <b>eu mereço o Inferno</b>. </p><p align="justify"><br />Quais as consequências da noção de Deus como Pura Misericórdia, e do esquecimento do fato de que o homem merece o inferno? Vai-se para o outro lado e as pessoas defendem, às vezes inconscientemente, que o homem merece o Céu. </p><p align="justify"><br />Chesterton, no seu livro "Ortodoxia", nos diz uma coisa muito interessante. Ele afirma que o dom da vida é uma graça absolutamente imerecida e que, por ser imerecida, o homem não tem direito de reclamar de nenhuma das "condições" inerentes a ela. E aí faz uma comparação com os contos de fadas. Reproduzo abaixo essa passagem:</p><p align="justify"><br /><span style="color:#ff0000;"><em>As fadas madrinhas parecem, pelo menos, tão severas quanto as outras madrinhas. Cinderela recebeu uma carruagem vinda do País das Maravilhas e um cocheiro vindo não se sabe de onde, mas recebeu, também, uma ordem [...] - devia estar de volta à meia-noite.<br />[...]<br />Se Cinderela diz: "Por que eu tenho que sair do baile à meia-noite?", a madrinha poderia retrucar: "Por que podes ficar lá até a meia noite?". </em></span><strong>(G.K. Chesterton, Ortodoxia, p.79-80. São Paulo, LTR, 2001)</strong></p><strong></strong><p align="justify"><br />Qual o pernsamento de Chesterton? Se uma coisa é extraordinária, ela pode, muito bem, ter condições também extraordinárias. Cinderela recebeu, de graça, da fada madrinha, uma ida ao baile; acaso poderia ela reclamar das "condições" nas quais o recebeu? Igualmente, o homem recebeu, de graça, de Deus, a possibilidade de ir para o Céu. Acaso pode o homem barganhar com Deus e exigir ir para o Céu de uma maneira diferente daquela que o Altíssimo determinou? </p><p align="justify"><br />Isso tem uma aplicação concreta e visível na nossa vida de cristãos. Devemos sempre ter a consciência de que o nosso passaporte para as Moradas Celestes é uma coisa completamente imerecida, e que possui condições bem determinadas para que tenha validade. Não adianta reclamar "ah, eu tenho aqui o passaporte". Oras, <b>por que</b> você tem o passaporte? </p><p align="justify"><br />O homem não tem direito à Salvação. Não a merece. E as pessoas dos nossos tempos se esquecem disso. Dou só dois exemplos. </p><p align="justify"><br />O primeiro: um amigo dizia, dia desses, que a esposa dele, mesmo sendo separada e "casada" com ele, ia à Missa e comungava, porque "Deus sabia o que se passava no coração dela". Isso é uma aplicação concreta daquele pressuposto acima: "eu mereço o Céu". Oras, quem é que merece comungar? Ninguém. A comunhão é-nos dada gratuitamente, sem que mereçamos. E existem <b>condições</b> para que se comungue. Uma pessoa, que não merece comungar, exigindo o seu direito de fazê-lo, mesmo descumprindo as condições exigidas, é semelhante à Cinderela que bate o pé com a Fada Madrinha e exige ficar no baile até as três da manhã. Cinderela não tem esse direito. Nem a esposa do meu amigo. </p><p align="justify"><br />O segundo: a salvação dos protestantes. É praticamente um dogma do senso comum que os hereges, porque "louvam a Deus" e "seguem a Cristo", estão fazendo a sua parte para se salvarem. <b>Não estão</b>. Isso é, de novo, a aplicação do princípio errado de que "o homem merece a Salvação". Parte-se do pressuposto que, por serem "bonzinhos", por "lerem a Bíblia", por "evitarem o pecado", os hereges "merecem" a Salvação. <b>Não merecem.</b> A Salvação é-nos dada gratuitamente, sem que mereçamos, e tem condições bem específicas para ser recebida, entre elas, a submissão ao Romano Pontífice. Descumprir essas condições e, ainda, esperar receber benevolência do Alto, é ser Cinderela de beicinho, duvidando de que, se ficar no Baile até depois da hora permitida, suas vestes de gala serão transformadas nos trapos da Gata Borralheira. </p><p align="justify"><br />Por isso que o Magistério da Igreja sempre ensinou que é um erro <span style="color:#663366;"><em>"esperar bem da salvação eterna daqueles todos que não vivem na verdadeira Igreja de Cristo"</em></span> (Syllabus, 17).</p><p align="justify"><br />(Aqui, faço um rápido comentário, para dissipar possíveis equívocos sobre a Doutrina Católica: os protestantes e demais que vivem fora da Igreja <b><u>não vão necessariamente</u></b> para o Inferno. Porque a Igreja sempre ensinou que, fora de suas estruturas visíveis, há a salvação dos que estão em Ignorância Invencível, sobre a qual posso falar em outra ocasião. São, pois, dois erros opostos sobre os que vivem fora da Igreja: esperar que eles sejam salvos, ou negar-lhes qualquer possibilidade de salvação.)</p><p align="justify"><br />São essas as considerações que julguei por bem fazer sobre esse tema. Que nós não nos esqueçamos, jamais, da moral da terra dos Contos de Fada; que nós, à semelhança de Cinderela, recebamos humildemente as graças que nos são concedidas junto com as exigências que nos são feitas, sem reclamarmos um pretenso direito que não temos. E que tenhamos sempre a consciência de sermos merecedores do Inferno; e, com os olhos voltados para o Alto, peçamos a Deus clemência e misericórdia, com a firme <b>esperança</b> de que Aquele que é Bom vai nos atender, não porque somos bonzinhos e fazemos tudo certinho, mas simplesmente <strong>porque</strong> <strong>Ele é Bom</strong>. </p><p align="justify"><br />A paz e as Bênçãos de Deus.</p>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1136907832067447602006-01-10T12:39:00.000-03:002006-01-10T12:46:54.443-03:00Aux Armes, Chrétiens!<div align="justify">O título do Blog - <strong>Aux Armes</strong> - é retirado da <em>Marseillaise</em>, o Hino Nacional francês. Embora retirado de uma péssima fonte - música revolucionária anti-católica -, o brado que é um convite à batalha soaria bem nos nossos tempos de comodismo e covardia. Porém, para evitar os sentimentos negativos que a similaridade com a música original poderia evocar, julguei por bem fazer uma importante substituição. Ao invés do "<em>Aux armes, citoyens!</em>" francês, pus um "<strong><em>Aux armes, chrétiens!</em></strong>" cristão. <strong>Às armas, cristãos!</strong> Este é um grito que bem poderia ter sido dado por Urbano II, ao convocar a Primeira Cruzada, e bem poderia ter motivado a resposta dos cavaleiros franceses: <em>Dieu le veut!</em> <strong>Deus o quer!</strong> </div><div align="justify"><br /><em>Aux armes, chrétiens!</em> Eis que a Santa Madre Igreja é atacada por todos os lados, e importa que nós, enquanto soldados de Cristo, estejamos sempre em prontidão, para defendê-lA!</div><div align="justify"><br /><em>Aux armes, chrétiens!</em> Eis que a Moral, Divina e Imutável, é diuturnamente ofendida e debochada, e eis que os atos mais bárbaros, moralmente inaceitáveis, são defendidos pelo Direito Positivo, e importa que cada um de nós, enquanto "outro Cristo" - <strong>Christianus Alter Christus</strong> -, possa dar um testemunho de vida em Seu favor!</div><div align="justify"><br /><em>Aux armes, chrétiens!</em> Eis que o Reino de Cristo é constrangido e restrito à "esfera privada", eis que as grandes nações católicas sucumbem diante de um feroz laicismo, e importa que nós, enquanto servos de Cristo, trabalhemos pela construção do Seu Reino que pedimos no Pai Nosso!</div><div align="justify"><br /><em>Aux armes, chrétiens!</em> Eis que a Verdade é ridicularizada, eis que o indiferentismo grassa solto, eis que o relativismo impera e os homens tentam colocar as suas próprias vontades como métrica última de todas as coisas, e importa que nós, enquanto cristãos, proclamemos a Verdade de cima dos telhados! </div><div align="justify"><br /><em>Aux armes, chrétiens!</em> Eis que os inimigos da Igreja estão dentro mesmo d'Ela, traindo-A covardemente quando A deviam defender, e denegrindo-Lhe quando A deviam promover. N'outros tempos, Cristo Nosso Senhor expulsou a chicotadas os vendilhões do Templo. Hoje em dia, a Casa de Deus anda bem cheia de vendilhões. E importa que nós A defendamos, pelos que não A querem defender, e A anunciemos, pelos que não A querem anunciar. </div><div align="justify"><br />Enfim! <em>Aux armes, chrétiens!</em> <strong>Dieu le veut!</strong></div>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1136404232866003552006-01-04T16:35:00.000-03:002006-01-04T16:51:48.266-03:00Encontramos o Messias!<div align="justify"><span style="color:#3333ff;">"<em>Invenimus Messiam</em>"</span> <strong>(Evangelium Secundum Ioannem, I, 41)</strong></div><div align="justify"><br />Essa é uma frase tirada do Evangelho de hoje. André, irmão de Pedro, após ter estado com Jesus, vai até o seu irmão e lhe diz: <strong>invenimus Messiam</strong>.</div><div align="justify"><br /><span style="color:#3333ff;">"André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinham seguido. Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo)".</span> (Jo 1, 40-41)</div><div align="justify"><br />Essa passagem pode muito bem ser tida como um resumo da busca pela Verdade, da sede de Deus que há na alma humana. André <u>procurava</u> o Messias. André <u>encontrou</u> o Messias. André <u>anunciou</u> o Messias. </div><div align="justify"><br />Não é essa a ordem que devemos seguir? Temos sede de Deus, buscamos a Deus, encontramos a Deus, anunciamos a Deus. A mesma idéia está exposta em outras passagens das Escrituras, mas, aqui, ela é bem forte, é um claro chamado: <strong>se nós, verdadeiramente, encontramos a Cristo, devemos anunciá-Lo</strong>. Após encontrarmos o amor de Deus, após enchermo-nos dele, devemos naturalmente transbordá-lo.</div><div align="justify"><br />Não é novidade para ninguém o caráter missionário do Evangelho. Mas quero chamar a atenção para o fato de que este anúncio, antes de ser um mandamento - e ele o é, como encontramos em outras passagens, tais como Mt X, 27 e Mc XVI, 15 -, é (ou pelo menos devia ser) um movimento voluntário, um impulso natural da alma que encontrou a Deus. Depois de um encontro com o Senhor, depois de encontrarmos o Messias, desejamos (ou pelo menos devíamos desejar) sair correndo à procura dos nossos irmãos, e dizer-lhes: <strong>invenimus Messiam</strong>. </div><div align="justify"><br />Isso porque a Verdade é um Bem. E é próprio da Caridade - maior das virtudes - amar ao próximo. Amar é desejar o bem. Ora, que bem pode ser maior do que a Verdade? Portanto, amar o próximo é desejar que ele chegue ao conhecimento da Verdade. Por isso o anúncio - <strong>invenimus Messiam</strong> - é um impulso natural da Caridade, uma decorrência natural do encontro com Deus. Afinal, um encontro com Deus não deve (ou pelo menos deveria) aumentar em nós a Caridade? </div><div align="justify"><br />Por isso, devíamos sempre ser como aquele mensageiro, do qual nos fala o profeta Isaías, e que cantamos, muitas vezes, na Aclamação ao Evangelho, lá na Missa:</div><div align="justify"><br /><span style="color:#3333ff;">"Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a felicidade, que traz as boas novas e anuncia a libertação, que diz a Sião: Teu Deus reina!"</span> (Is 52,7)</div><div align="justify"><br />Devíamos ser sempre como esse mensageiro, levando a Boa Nova e anunciando a libertação. Não uma "boa nova" qualquer, não uma libertação distante, mas uma libertação presente e atual, da qual somos provas vivas, uma libertação <strong>que vimos e ouvimos, que tocamos com nossas mãos</strong> (cf 1Jo 1, 1-3)<strong>!</strong> Só assim o nosso anúncio poderá ser verdadeiro, só assim ele poderá provocar conversões. Não devemos simplesmente dizer "há o Messias". Devemos, como testemunhas verdadeiras, dizer "encontramos o Messias"! </div><div align="justify"><br />Mas, para dizermos isso verdadeiramente, é necessário que O tenhamos encontrado. E a doce afirmação do Evangelho - <strong>encontramos o Messias</strong> - pode se transformar numa angustiante pergunta: <strong>encontramos o Messias?</strong> </div><div align="justify"><br />Se O encontramos, por que não somos tão ligeiros e prestativos em dizê-lo aos quatro ventos, de cima dos telhados? Se ainda não O encontramos, o que nos falta? Qual o problema? </div><div align="justify"><br />Que possamos rezar - afinal, é na oração que o homem se encontra com Deus - nesse sentido. Rezemos, para que encontremos a Deus. Rezemos, para que O conheçamos e encantemo-nos com Ele. Rezemos, para que Ele aumente em nós a Caridade, e nos inflame a alma com um incontrolável desejo de correr até nosso irmão e dizer-lhe, com sinceridade: <strong>invenimus Messiam!</strong></div>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1135694414310719862005-12-27T11:33:00.000-03:002005-12-27T11:40:14.320-03:00Uma pequena mensagem de Natal<p align="justify"><span style="color:#3333ff;">"<em>E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria</em>".</span> (Lc 2,7)</p><p align="justify"><br /><span style="color:#3333ff;">"<em>hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor</em>".</span> (Lc 2,11)</p><p align="justify"><br />É noite de alegria. Porque, no meio da escuridão, uma Luz resplandeceu. No meio das Trevas, uma Luz brilhou, e todos A vieram contemplar.</p><p align="justify"><br />O Menino Deus nasceu à noite, porque é na noite que precisamos da luz. Nasceu à noite, para ensinar que era noite na humanidade; uma noite longa que se arrastava por séculos. Era noite desde o pecado de Adão. Todo o mundo jazia no maligno. </p><p align="justify"><br />Mas uma Luz resplandeceu em meio às Trevas. Na noite de Belém, nos nasceu um Salvador. E aquela Luz brilhou tão forte nas trevas do pecado, que todos A perceberam. Os Reis Magos A perceberam, e vieram adorá-La. Herodes A percebeu, e tentou apagá-La. Porque, em meio às Trevas, é impossível não notar uma Luz resplandecente. Os filhos da Luz buscam-Na e sentem-se à vontade junto a Ela; os filhos das Trevas d'Ela fogem horrorizados, pois têm vergonha das suas obras ímpias, que realizam na escuridão. A Luz atrai os bons e afugenta os maus. Por isso, o Deus Menino nascido em Belém estava destinado a ser um sinal de contradição, como profetizou o velho Simeão.</p><p align="justify"><br /><span style="color:#3333ff;">"<em>Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições</em>"</span> (Lc 2,34)</p><p align="justify"><br />O Cristo Deus, Unigênito do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro do Deus Verdadeiro, veio ao mundo destinado a ser uma causa de queda para muitos. Causa de queda para os que preferissem as Trevas à Luz. Causa de queda para os que, como Herodes, quisessem apagar essa Luz para continuar a viver nas Trevas.</p><p align="justify"><br />E, neste Natal, somos como os Reis Magos, ou somos como Herodes? Procuramos ao Deus Menino para oferecer-Lhe o melhor que temos, ou fugimos d'Ele e O queremos matar, justamente para que não nos desfaçamos de nossos vícios que nos são tão caros? Desejamos que o Cristo nasça? Ou queremos que Ele não venha, para que possamos viver ainda um pouco mais nas Trevas, ainda um pouco mais no pecado, sem que nossas torpezas sejam postas a descoberto? </p><p align="justify"><br />Se eu tivesse que escolher, diria que estamos muito mais para Herodes do que para os Reis Magos. Mas eu proponho uma terceira opção: neste Natal, nós somos como as construções, a cujas portas bateram Santa Maria e São José. Construções suntuosas como palácios, ricas demais para perceberem que lhes falta a maior das riquezas. Aconchegantes como hospedarias, animadas demais para perceberem Alguém que precisa de um pouco de atenção. Familiares, como casas, mas fechadas demais sobre si próprias para abrirem a porta a uma Mulher grávida e Seu marido. Ou indignas demais, como estrebarias, inadequadas para receber um Rei. </p><p align="justify"><br />Mas não importa que construção nós sejamos, não importa se somos palácios ou hospedarias, casas ou estrebarias. Importa que estejamos <strong>com Maria</strong>. Porque, em Belém, de todas aquelas construções, somente uma teve a honra de abrigar o Filho de Deus feito Homem: aquela na qual se encontrava a Virgem Santa. Que assim seja também conosco. Neste Natal, como naquele primeiro, o Menino Deus só nasce naquelas almas que não negam hospedagem a Maria Santíssima. Procuremos, pois, abrir as portas de nossa alma a essa Boa Senhora, e Ela, em troca, abrirá para nós as portas do Céu e nos trará Jesus Menino, Luz que resplandece nas trevas, Senhor Nosso e Nosso Salvador.</p><p align="justify"> </p><p align="justify"><br />Um feliz e santo Natal a todos.</p>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1135566491196747152005-12-25T23:36:00.000-03:002005-12-26T11:36:43.170-03:00Doutrina - sobre o pecado<div align="justify">Falávamos, hoje, após a Missa, sobre o pecado contra o Espírito Santo, que não seria perdoado "nem nesse século e nem no século vindouro". À guisa de informação, seguem transcritas abaixo algumas passagens de catecismos da Igreja sobre o assunto. </div><div align="justify"><br />"<em><strong>Corolário: quando e por que não há perdão</strong><br />Quando lemos, nas Escrituras, que alguns homens não conseguiram do Senhor nenhuma misericórdia, apesar de a terem pedido com instância, devemos entender que tal aconteceu, porque eles não tinham verdadeiro e sincero arrependimento de seus pecados. [2Mc 9, 13; Hb 12, 17] </em></div><div align="justify"><br /><em>Outrossim, quando nas Sagradas Escrituras, ou nos Santos Padres, ocorrem passagens em que parece afirmar-se que certos pecados não podem ser perdoados, devemos por elas entender que é muito difícil alcançar-se o perdão de tais pecados. [Ex 4, 21; 1Sm 2, 25; Mt 12, 31-32; Hb 6, 4ss. 10, 26ss] </em></div><div align="justify"><br /><em>Assim como uma moléstia é tida como incurável, se a pessoa atacada sente horror ao remédio, que lhe pode restituir a saúde: assim há também certa espécie de pecados, para os quais não se dá nenhum perdão, porque levam a repelir o remédio próprio da salvação, que é a graça de Deus. [Jd 4ss; 2Pd 3, 3ss; 1Jo 3, 7ss] </em></div><div align="justify"><br /><em>Neste sentido se pronunciou Santo Agostinho, quando escrevia: "Se alguém que, pela graça de Cristo, chegou ao conhecimento de Deus, mas combate seus irmãos na Fé, e resiste à própria graça, para se entregar aos ardores da inveja, esse chega a tão malignas disposições, que já não tem a humildade de pedir perdão, embora seja forçado, pelos remorços de consciência, a reconhecer e confessar o pecado. [Segundo Aug. de sermon. Domini in monte 1 22 (alias 75)]</em>"</div><div align="justify">(Catecismo Romano, 2ª Parte, Cap. V [19]) </div><div align="justify"><br />"<em><strong>Quantos são os pecados contra o Espírito Santo?</strong><br />Os pecados contra o Espírito Santo são seis:<br />1º Desesperação da salvação;<br />2º Presunção de se salvar sem merecimentos;<br />3º Negar a verdade conhecida como tal;<br />4º Ter inveja das mercês que Deus fez a outrem;<br />5º Obstinação no pecado;<br />6º Impenitência final.<br /></div></em><div align="justify"><em><strong>Por que se chamam contra o Espírito Santo estes pecados?</strong><br />Chamam-se contra o Espírito Santo estes pecados, porque se cometem por pura malícia, o que diretamente repugna a bondade divina, que se atribui ao Espírito Santo.</em>"</div><div align="justify">(Segundo Catecismo da Doutrina Cristã, Terceira Parte, q95-96) </div><div align="justify"><br />Paz e Bem.</div>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20183411.post-1135562945920985792005-12-25T22:57:00.000-03:002006-01-10T11:18:10.626-03:00Editorial #1<div align="justify">É com imenso prazer e satisfação que apresentamos à apreciação esse espaço virtual, criado para abrigar textos que visem à promoção e à defesa da Fé Católica e Apostólica, sem a qual é impossível agradar a Deus.<br /><br />A idéia de escrever em defesa da Santa Madre Igreja não é nova; contudo, somente agora, graças a oportunidades inesperadas, é que ela se pode concretizar.<br /><br />Esta é uma primeira experiência, que prenuncia talvez um sítio mais sério e mais bem trabalhado, mas que carrega já em si os ideais católicos que norteiam as atitudes e decisões cristãs. </div><div align="justify"><br />Enfim! Espero que esse pequeno espaço virtual possa servir, um pouco que seja, dentro dos limites em que se encontra, à maior glória de Deus e salvação das almas. E invocamos as bênçãos de Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos, e de São Paulo, que tão bem soube utilizar os meios de comunicação do seu tempo a serviço de Cristo, sobre este trabalho que ora se inicia. Que ele possa dar bons frutos; caso contrário, que ele seja cortado fora e lançado ao fogo (cf. Jo XV), para honra e glória de Deus Pai Eterno Onipotente.</div>J. de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/06262420121565146063noreply@blogger.com4