29 outubro, 2007
Celibato sacerdotal
Encontrei, por acaso, no blog do Reinaldo Azevedo, um conjunto de posts [intitulados Se o bispo não puxa a sua orelha, puxe a orelha dele (i), Igreja não é armário (ii) e O desastre do celibato: São Pedro tinha sogra! (iii)], nos quais o conhecido articulista tece críticas (por vezes demasiadamente ásperas) à disciplina do celibato sacerdotal, em vigor no rito latino da Igreja Católica. Tal fenômeno é curioso e merece algumas linhas de consideração.
Em primeiro lugar, causa espécie uma afirmação estapafúrdia presente no endereço acima: "Não sou da hierarquia católica, apenas um católico. Como tal, não só posso como devo debater o que não for matéria dogmática" (i). Esta afirmação é - ouso dizer - o ponto nevrálgico de toda essa discussão, o erro original do qual decorrem todos os demais deslizes do autor. Mas, como? Agora os leigos não só podem como devem debater o que não for matéria dogmática?! De onde foi tirado esse despautério?
É bem sabido de todos, mas, dadas as atuais circunstâncias, nunca é demais repetir, que a Igreja possui, ao lado da Autoridade Suprema de Ensino, a Sua Autoridade Suprema de Governo. E tudo o que é "matéria dogmática" pertence, por excelência, à esfera do Ensino da Igreja. Em Sua Autoridade de Governo, a Igreja pode muito bem dispôr de princípios dogmáticos infalíveis e, em si mesmos, irreformáveis, para legislar; mas isso, absolutamente, não é uma necessidade! Em particular, para ficarmos só num exemplo óbvio, o Código de Direito Canônico é direito positivo eclesiástico e, por conseguinte, não é matéria dogmática; estaria então o Reinaldo dizendo que todo católico "não só pode como deve" debater o Direito Canônico? O mundo enlouqueceu! Com uma visão "dualista" do mundo, segundo a qual as únicas opções diante de um pronunciamento da Igreja são ou a adesão divina exigida à Verdade Revelada ou o debate (democrático?), o ilustre articulista, simplesmente, escamoteia a Autoridade Suprema de Governo da Igreja [que, lembremos, segundo o mesmo, "não só pode como deve" ser debatida]!
Na verdade, há aqui uma grande confusão entre matéria, digamos, "magisterial" [por falta de um termo melhor] e matéria disciplinar, seguida de uma confusão ainda maior quanto ao papel do católico diante de uma decisão não-irreformável em si mesma. Uma coisa é uma "questão aberta", um assunto sobre o qual os católicos são livres para adotarem uma posição ou outra: por exemplo, se Nossa Senhora morreu ou não antes de ser assunta aos Céus. Isso é um ponto [propositalmente] omisso na promulgação do dogma: a Igreja entende que tal particularidade em nada afeta a adesão integral ao Depósito da Fé no tocante à Assunção da Virgem Santíssima, que se realiza plenamente quando se diz que Maria foi elevada em corpo e alma aos Céus no final de sua vida terrestre, independentemente do que tenha acontecido a Ela neste "final da vida terrestre" (se Ela morreu e ressuscitou, ou se não chegou nem mesmo a morrer).
Uma outra coisa completamente diferente é a promulgação de uma norma de direito eclesiástico, que (obviamente) não é matéria dogmática, mas que foi efetivamente promulgada e, portanto, está em vigor, como é o caso do celibato sacerdotal. Dizer que "o celibato não é dogma" não é, nem de longe, a mesma coisa que dizer "a existência do Limbo não é dogma". Neste último caso, estamos tratando de uma hipótese teológica cujo grau de adesão exigido, de fato, enfraquece-se quando se diz que ela não é um dogma; mas, para uma questão disciplinar, não faz sentido em se falar em "adesão" de Fé, porque - evidentemente - a uma disciplina não se adere com Fé, mas se lhe obedece. E o fato (aliás auto-evidente) de que uma disciplina "não é dogma" em nada muda as obrigações que o católico tem para com ela.
E a segunda confusão do Reinaldo é sobre a posição que o católico deve tomar frente a uma exposição da Igreja sobre matéria não-irreformável em si mesma. Já vimos que há uma diferença grande entre uma matéria magisterial não-infalível (e que, portanto, só não obriga a Fé por, digamos, insuficiência do ato promulgativo do Magistério da Igreja) e uma matéria disciplinar (que é, em si mesma, não infalível e reformável). Acontece que em nenhum dos dois casos o católico tem o dever de sair debatendo sobre ele. Isso é um nonsense sem tamanhos. Nenhum católico tem o "dever de debater" a existência do Limbo [embora seja interessante que os teólogos o façam; todavia, nem estes estão obrigados a fazê-lo]. Nenhum católico tem o "dever de debater" a idade de 75 anos em que os bispos precisam apresentar o seu pedido de renúncia à Diocese que governam. E nenhum católico tem o "dever de debater" o celibato sacerdotal.
Na verdade, o católico somente pode (o que é bem diferente de deve) debater o celibato sacerdotal. Mas, para fazê-lo, ele precisa ter pelo menos três coisas, e os posts do Reinaldo Azevedo falham em todas elas.
A primeira coisa que se exige de um católico que queira debater uma matéria disciplinar da Igreja é o "sentir" com a Igreja, é a docilidade com a qual se deve submeter à autoridade de Governo da Igreja, ainda que não se concorde integralmente. E, ainda este ano, o Papa Bento XVI, gloriosamente reinante, na sua exortação apostólica pós-sinodal "Sacramentum Caritatis", reafirmou o valor do celibato para os sacerdotes da Igreja Latina:
"Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina." (SC 24)
Sinceramente, contradizer abertamente uma posição do Sumo Pontífice e querer "debater" uma coisa cuja obrigatoriedade foi reafirmada há menos de um ano por aquele que detém a autoridade máxima para obrigar ou desobrigar as questões disciplinares da Igreja Católica é o cúmulo da teimosia. É uma tremenda extrapolação dos direitos que o católico tem em relação àquilo que não é dogmático. O Papa dizer uma coisa, e então um católico procurar "debater" em defesa da posição contrária, para o Papa reafirmar a mesma coisa, e o tal católico insistir ainda no contrário, e assim ad aeternum, não é direito de católico nenhum. Isso é um completo desrespeito às autoridades da Igreja, que são quem, em última instância, detêm a autoridade final para responder a essas questões.
A segunda coisa exigida para se debater questões disciplinares é prudência. Ninguém deve chegar defendendo a sua posição - contrária à posição vigente - como se fosse a última coca-cola do deserto, a única solução para os problemas que a Igreja atravessa. Ao contrário, deve-se expôr as próprias convicções de maneira humilde, sabendo das próprias limitações e com sinceras disposições de acatar às determinações das autoridades da Igreja, confiante na assistência prudencial do Espírito Santo que, embora não com infalibilidade certa, todavia sempre guiará a Igreja no tocante à salvação das almas. Ninguém deve utilizar os meios de comunicação em massa para tratar de assuntos internos da Igreja e que somente dentro da Igreja podem ser resolvidos, se quiser realmente que eles sejam levados a sério - e não utilizados como instrumento de descrédito da Igreja e de munição para os inimigos de Cristo. Ninguém deve achar que provocar clamor popular é uma maneira correta de se provocar mudanças na Igreja - afinal, ao contrário do que se imagina hoje em dia, todo poder vem de Deus, e não do povo.
E, finalmente, a terceira coisa exigida para se debater questões disciplinares é a qualidade dos argumentos. E é esta a parte mais lamentável dos posts do Reinaldo Azevedo: parece até que ele saiu copiando-e-colando bobagens de sites protestantes. Francamente! Entre um sem-número de outras bobagens, pode-se ler no blog supracitado:
"Um tanto provocativo, lembrei que São Pedro tinha sogra. Aí me dizem: “Mas era viúvo”. Era? Onde está escrito? Em que passagem?" (i)
O primeiro erro aqui é a mentalidade protestante: "onde está escrito?". Oras, essa visão reducionista do Evangelho aos Quatro Livros canônicos é o que pode haver de mais estranho ao catolicismo.
O segundo erro aqui é a visão simplista da questão: não faz nenhuma diferença se Pedro era casado ou não. O que interessa, no Novo Testamento, é que está mais do que evidente a superioridade da vida una ou indivisa - que, aliás, foi o estado de vida escolhido por Cristo. Pedro ter sido casado ou não é um detalhe de pouca importância [tanto que os Evangelhos silenciam completamente sobre a mulher de Pedro], e que não pode ser usado como critério para desabonar o celibato sacerdotal. É evidente que há passagens que enaltecem o casamento - claro, pois o casamento é uma coisa boa! -, mas é igualmente evidente que não há nenhuma passagem escriturística que permita ter dúvidas sobre a perfeição maior do celibato. E a Igreja tem o direito de exigir perfeição dos que querem ser sacerdotes do Deus Altíssimo - a mais perfeita vocação à qual é chamado o homem.
"Não é preciso ser muito agudo para perceber que os padres vivem uma realidade que absolutamente os aparta da vida real." (ii)
O que é a "vida real", para Reinaldo Azevedo? Vida real é sexo? As pessoas que não praticam sexo vivem uma, digamos, "vida virtual"? Mais: as pessoas precisam praticar sexo para viverem "realmente" a sua vida? Não é preciso ser muito perspicaz para enxergar a insensatez dessa crítica velada.
Até se entende que um católico em particular não se sinta atraído por um estado específico de vida - no caso, o celibato. Mas, daí a debochar dele, daí a dizer que quem o abraça vive "aparta[do] da vida real", daí a dizer que o celibato é "fonte de perturbação e de desmoralização" (ii), daí a dizer que ele é "um óbvio mal-estar" (ii), vai uma grande distância. Que o autor não transforme a sua opinião pessoal sobre o celibato na verdade absoluta sobre ele!
"O celibato sacerdotal na Igreja Católica foi instituído no ano 390" (iii)
No ano 390 aconteceu o Concílio de Cartago, que prescreveu o celibato para todos os que servem os Santos Mistérios. Mas isso não quer dizer que ele só tenha sido "instituído no ano 390"! Então a Imaculada Conceição da Virgem, para ficar só num exemplo, foi instituída somente no século XIX? É de espantar a ignorância do articulista!
Em particular, o primeiro Concílio de Nicéia já proibia os cléricos de introduzirem mulheres em sua casa (Concílio de Nicéia [325], can. 3). E é o mesmo Concílio de Cartago citado que, ao prescrever o celibato, afirma estar se referindo a um costume que foi ensinado pelos Apóstolos e observado pelos Antigos - portanto, não tem nada a ver com uma "invenção" do século IV. Os católicos deveriam ter um mínimo de conhecimento sobre os Concílios da Igreja, antes de tecerem comentários despropositados com base neles.
E não é necessário entrar em mais detalhes. Todas as "argumentações" dos citados textos do Reinaldo Azevedo resumem-se a conclusões sem sentido e a interpretações pessoais de textos escriturísticos sobrepondo-se às interpretações que a Igreja sempre teve. No fundo, o problema central aqui é aquele que foi exposto no início: a idéia de que o católico "deve" debater aquilo que não é dogmático na Igreja dá ao católico, qualquer que seja ele, carta branca para discordar publicamente do que prescreve a Hierarquia Católica, baseado em nada que não seja a própria visão limitada e distorcida dos fatos - assim, ele está no estrito cumprimento do seu dever.
Esperamos que tenha ficado clara o quão perniciosa é essa mentalidade. E esperamos também que os católicos sejam mais cuidadosos quando forem se arvorar em especialistas de assuntos sobre os quais têm pouco ou nenhum conhecimento. Para encerrar, ficam as palavras do Santo Padre Paulo VI, na sua encíclica Sacerdotalis Caelibatus:
A verdadeira e profunda razão do celibato é, como já dissemos, a escolha duma relação pessoal mais íntima e completa com o mistério de Cristo e da Igreja, em prol da humanidade inteira. Nesta escolha há lugar, sem dúvida, para a expressão dos valores supremos e humanos no grau mais elevado. (SC 54).
Que a Virgem Castíssima nos conceda sempre santos sacerdotes, dispostos a tudo largar por Cristo - com a confiança de que os seus sacrifícios não serão em vão - e que sejam sinal verdadeiro de luz e de Salvação para os homens.
23 outubro, 2007
Poemas parnasianos
Ora, não parece estranho que uma escola literária inteira possa se resumir a meia dúzia de sonetos?! Fui acusado de "argumentum ad ignorantiam" - só porque eu não conhecia o que havia de bom no parnasianismo, afirmava assim com tanta petulância que não existia, nele, nada de bom.
Errei, é verdade. Dou a mão à palmatória. Hoje, pela manhã, um dos meus companheiros de mesa de ontem veio-me com um poema belíssimo, parnasiano, e que nem soneto é (!). O autor? Raimundo Correia. O poema? "Ser moça e bela ser". Segue abaixo: não liguem para as construções rebuscadas e os vocábulos escolhidos a dedo entre os menos usuais possíveis. É tributo pago à escola da época. Leiam até perceberem a imagem - belíssima! - pelo poeta utilizada:
Ser moça e bela ser
Ser moça e bela ser, por que é que lhe não basta?
Porque tudo o que tem de fresco e virgem gasta
E destrói? Porque atrás de uma vaga esperança
Fátua, aérea e fugaz, frenética se lança
A voar, a voar?...
Também a borboleta,
Mal rompe a ninfa, o estojo abrindo, ávida e inquieta,
As antenas agita, ensaia o vôo, adeja;
O finíssimo pó das asas espaneja;
Pouco habituada à luz, a luz logo a embriaga;
Bóia do sol na morna e rutilante vaga;
Em grandes doses bebe o azul; tonta, espairece
No éter; voa em redor, vai e vem; sobe e desce;
Torna a subir e torna a descer; e ora gira
Contra as correntes do ar, ora, incauta, se atira
Contra o tojo e os sarcais; nas puas lancinantes
Em pedaços faz logo às asas cintilantes;
Da tênue escama de ouro os resquícios mesquinhos
Presos lhe vão ficando à ponta dos espinhos;
Uma porção de si deixa por onde passa,
E, enquanto há vida ainda, esvoaça, esvoaça,
Como um leve papel solto à mercê do vento;
Pousa aqui, voa além, até vir o momento
Em que de todo, enfim, se rasga e dilacera.
ó borboleta, pára! ó mocidade, espera!
Notaram? Logo quando o li, não pude deixar de pensar comigo mesmo: que coisa mais... católica! A consciência de que a mocidade se estraga... a incompreensão, perguntando por que não basta aos jovens apenas serem jovens... a comparação magistral com a borboleta-bêbada que, "encantada" com a luz do sol, o azul do céu e as próprias asas, arrasta-se em um vôo vertiginoso que a machuca enquanto bate nos espinhos... e o brado desesperado à borboleta que "se rasga e dilacera" - pára! - colocado em paralelo com o brado feito à juventude que faz a mesma coisa: espera!
Sim, jovens... esperai! Não estragueis aquilo que tendes de melhor, voando "como um papel solto à mercê do vento", lançando-vos frenéticos e sôfregos à ruína, encantados com os vossos dons, com a vossa beleza... esperai, jovens! Tendes beleza e tendes encantos, mas não os estragueis com uma vida desordenada, com uma busca desesperada de prazeres e mais prazeres, como o mundo vos convida a fazer. Jovens, esperai! Valeis mais do que borboletas. Não fostes feitos para voar a esmo, na empolgação da descoberta do que sois. Não fostes criados para desperdiçardes o que tendes de bom nos espinhos do mundo, desgastando-vos com quem não tem nada para vos oferecer. Jovens... esperai! Não fostes criado para menos do que os altares.
... et introibo ad altare Dei,
ad Deum qui laetificat iuventutem meam.
Que seja este sempre o anseio de todos nós, jovens.
09 outubro, 2007
Sobre o padre Edwaldo Gomes
Padre Edwaldo, ao contrário desses seus "amigos", tem sido um exemplo de obediência e docilidade à correção fraterna que recebeu da parte da Santa Sé. Em nota oficial, publicada no jornal da Arquidiocese, o mesmo reconheceu publicamente ter errado e, humildemente, pediu perdão, dizendo aceitar as sanções vindas de Roma (carta de retratação + três meses de retiro espiritual) e reafirmando o seu amor e a sua fidelidade à Igreja Católica, a quem ele consagrou toda a sua vida.
Não houve, da parte de padre Edwaldo, o mínimo sinal de murmuração contra a Santa Sé ou contra a atitude do Arcebispo Dom José Cardoso. Alegro-me pelo exemplo que este sacerdote está dando ao povo de Recife, ao contrário de outros precedentes que, infelizmente, esta Arquidiocese possui.
Seria muitíssimo bom se esses "amigos do Padre Edwaldo" seguissem o exemplo de humildade e docilidade à Igreja que vem dando o sacerdote de quem se dizem "amigos", ao invés de agirem de maneira diametralmente oposta àquela que vem sendo adotada pelo pároco de Casa Forte, deste até mesmo antes da chegada da sanção vinda de Roma.
Em defesa de Dom José
A recente decisão da Congregação para a Doutrina da Fé de punir o Cônego Edwaldo Gomes, pároco de Casa Forte, por ter o mesmo permitido que um bispo anglicano concelebrasse na sua missa de comemoração de cinqüenta anos de sacerdócio, realizada em dezembro passado, teve uma enorme repercussão na imprensa local.
Na totalidade dos casos, tem-se enfatizado apenas um dos lados da questão: o lado de pessoas que, com boas intenções ou não, têm assumido a defesa do Cônego Edwaldo de uma maneira apaixonada e irracional, e que terminam, por isso, lançando suspeitas ou até mesmos ataques diretos à pessoa do Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho.
Este artigo vem oferecer um contraponto à situação atual e pretende mostrar que, sob o ponto de vista católico, a atitude do Arcebispo é digna de louvor e que, ao contrário, são passíveis de censura e repreensão as manifestações irresponsáveis de apoio ao padre Edwaldo que vêm sendo veiculadas na imprensa e em outros meios de comunicação.
A atual campanha de mobilização em favor do pároco de Casa Forte tem provocado confusão entre os fiéis católicos da Arquidiocese. Possuindo um conteúdo difamatório que vai desde insinuações levianas até acusações diretas, tal campanha tenciona dividir o povo católico e coloca-lo contra o Arcebispo. Considerando a posição eminente que ocupa a figura do Bispo Católico dentro da Igreja Católica e a necessidade – universalmente afirmada pelo catolicismo – de se manter em união com ele para que se esteja em comunhão perfeita com a própria Igreja, é urgente que sejam escritas algumas linhas, imbuídas de verdadeiro espírito católico, sobre a atual situação que atravessa a nossa Arquidiocese.
Em primeiro lugar, é necessário ter bem claro que, na Igreja, existem normas que devem ser seguidas, de maneira especial pelos bispos. Há uma Instrução “Sobre algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia”, chamada “Redemptionis Sacramentum”, e que é normativa para a Igreja. Nesta instrução, lê-se:
“Os graviora delicta (atos graves) contra a santidade do sacratíssimo Sacramento e Sacrifício da Eucaristia e os sacramentos, são tratados de acordo com as «Normas sobre os graviora delicta, reservados à Congregação para a Doutrina da Fé», isto é:
[...]
c) concelebração proibida do Sacrifício eucarístico juntamente com ministros de Comunidades eclesiais que não tenham sucessão apostólica, nem reconhecida dignidade sacramental da ordenação sacerdotal;” (RS 172)
“Os delitos contra a fé e também os graviora delicta (atos graves) cometidos na celebração da Eucaristia e nos outros sacramentos, sejam comunicados sem demora à Congregação para a Doutrina da Fé, a qual «examinará e, em caso necessário, procederá a declarar ou impor sanções canônicas do direito, tanto comum como próprio».” (RS 179)
Que o Cônego Edwaldo Gomes concelebrou a sua missa de comemoração pelo jubileu de ouro sacerdotal com um bispo anglicano é fato público, tendo sido inclusive admitido pelo próprio padre. Portanto, houve um ato grave, caracterizado como tal por uma Instrução que é – repetimos – normativa para a Igreja. Ainda segundo esta mesma instrução, tais atos devem ser “comunicados sem demora à Congregação para a Doutrina da Fé” pelos bispos. E foi exatamente isso que, à risca, fez o senhor Arcebispo.
Por acaso pode um bispo ser criticado por fazer, exatamente, aquilo que ele é instruído a fazer pela Igreja à qual pertence e à qual prometeu servir? Como dissemos anteriormente, as manifestações com as quais os nossos meios de comunicação estão sendo bombardeados possuem um caráter exageradamente passional, que as impede de serem racionais.
Isto é o cerne de toda a questão. Houve perseguição, intolerância, implicância, atitude anticristã ou algum outro substantivo semelhante por parte de Dom José Cardoso Sobrinho? Como vimos, a resposta é: absolutamente não. Dom José fez somente o que tinha obrigação de fazer, no desempenho das suas atribuições enquanto Arcebispo Arquidiocesano.
Isso posto, analisemos as demais acusações. Diz-se que o assunto poderia ter sido resolvido internamente, sem a necessidade de se acionar os órgãos do Vaticano, não fosse a falta de diplomacia do Arcebispo. Já vimos que tal assertiva não é válida, posto que a Redemptionis Sacramentum pede para que os atos graves ocorridos nas dioceses sejam reportados ao Vaticano; e não há falta de diplomacia em obedecer a uma norma da Igreja.
Diz-se ainda que, à referida missa na qual houve a concelebração, estavam presentes outros padres, bispos e vigários-gerais, de modo o fato de Dom José ter denunciado apenas o padre Edwaldo caracterizava perseguição. Contra a isso, é preciso objetar duas coisas. Primeiro: ninguém conhece o teor do comunicado que foi feito ao Vaticano e, por isso, ninguém pode dizer que estavam faltando ou sobrando acusados. Segundo: é evidente que a responsabilidade de um padre que organiza uma celebração é maior do que a responsabilidade de um padre (ou bispo ou vigário-geral) que é apenas convidado – este último, aliás, não teria como saber, a princípio, que haveria uma transgressão às normas da Igreja na missa para a qual ele foi convidado, e talvez não tivesse como saber nem mesmo no dia da celebração, posto ser bastante provável que nem todos os sacerdotes concelebrantes se conhecessem mutuamente e um ministro anglicano veste-se como um sacerdote católico, sendo, portanto, bastante difícil identifica-lo apenas exteriormente. Em suma: até mesmo o bom senso nos diz que não pode haver igualdade de punições para responsabilidades distintas e, destarte, as queixas dos detratores do Arcebispo são, mais uma vez, destituídas de fundamento.
Invoca-se, várias vezes, a “unidade ecumênica” como justificativa para a atitude do padre Edwaldo. Ora, é preciso notar que há diretrizes claras da Igreja sobre este assunto e, nelas, não consta a “concelebração” como um meio válido para se fazer ecumenismo – ao contrário, como vimos, a mesma é expressamente proibida. Citemos, como exemplo, os funerais do Papa João Paulo II, que foram amplamente televisionados - havia diversos representantes de diversas religiões, mas com nenhum deles nenhum cardeal "concelebrou" missa alguma. Isto é o verdadeiro ecumenismo. Se, no caso em questão, o cônego Edwaldo tivesse convidado amigos seus, não-católicos, para assistirem à sua missa, não haveria problema algum. O problema foi ter havido uma concelebração, o que é - como vimos - proibido pela Igreja.
Registre-se, outrossim, uma coisa a mais: é curioso que as mesmas pessoas a defenderem a “unidade” estejam promovendo uma tal desunião dentro da própria Igreja à qual pertencem! Quando os atos contradizem as palavras, que valor pode-se atribuir a elas? Se há um verdadeiro apreço pela unidade (e não uma atitude passional em defesa de algo que se considera injusto sem nem mesmo o ter analisado de maneira objetiva), por que ele não impede as manifestações desagregadoras de serem publicadas às pencas nos meios de comunicação sociais da nossa Arquidiocese?
Analisando assim os atuais acontecimentos, à luz da doutrina católica e da boa razão, chegamos inevitavelmente à conclusão de que a atitude do senhor Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, foi uma atitude exemplar de zelo e amor à Igreja Católica, pela qual os verdadeiros fiéis devem lhe ser gratos. Os bispos são sucessores dos Apóstolos e, em suas dioceses, detêm autoridade que deve ser reconhecida pelos católicos que estão sob a sua jurisdição. Atitudes irresponsáveis como as que nós vimos nos últimos dias causam um grande mal à Igreja e, portanto, devem ser vigorosamente rechaçadas por todos os católicos que quiserem continuar sendo dignos deste nome.
Subscrevemos este artigo, em nome de muitos outros fiéis da Arquidiocese que, conosco, compartilham os mesmos sentimentos de indignação contra a campanha difamatória, bem como de apoio às atitudes de Dom José, injustamente perseguido por algumas pessoas que, conscientemente ou não, militam contra a Igreja Católica e procuram despoja-la dos sentimentos de respeito e veneração que todos nós, fiéis católicos devemos ter para com o nosso Bispo, sucessor dos Apóstolos, e a quem devemos estar unidos, “a fim de estarmos submetidos a Deus” (Santo Inácio de Antioquia, século II da Era Cristã).
Jorge Ferraz, católico, paroquiano da Torre – jorgeferraz@gmail.com
Claudemir Júnior, católico, paroquiano da Imbiribeira – jcpacheco.junior@gmail.com
25 setembro, 2007
Sobre prazeres humanos
As objeções são muitas e variadas. Desde a desqualificação gratuita ("ah, mas isso é coisa que já está ultrapassada") até alguns argumentos mais elaborados ("se o prazer fosse errado, Deus não o teria criado") que merecem ser analisados. Isto será feito aqui.
Antes de mais nada, o fato de alguns ensinamentos da Igreja não encontrarem reflexo nas sociedades atuais só mostram que as sociedades atuais são depravadas, e nada mais do que isso. O critério para se discernir o certo do errado não pode ser a voz da maioria nem o costume [no caso moderno, artificialmente forjado e imposto pelos inimigos da Igreja; mas isso foge ao escopo deste post] generalizado dos povos, e sim a reta Razão. Ademais, a Igreja, sendo de instituição divina, não tem o objetivo de "perscrutar" os povos e "haurir" deles a Verdade, mas, ao contrário, é depositária da Verdade que veio de Deus e tem a missão de ensiná-la a todos os povos. Assim sendo, o fato de alguns valores defendidos pela Igreja estarem "fora de moda" é absolutamente irrelevante.
Passemos a objeções mais interessantes. "Se o prazer fosse um mal, Deus não o teria criado". Ora, eis aí uma verdade evidente! Deus não teria criado o prazer se este fosse um mal, porque tudo o que Deus cria é bom; por isso, a conclusão lógica necessária é a de que o prazer, posto que indubitavelmente foi criado por Deus, é um bem. Com isso, estão de acordo a Doutrina Perene e os princípios modernos.
Todavia, do fato do prazer ser um bem, não segue que se possa fruir dele sem medidas. Todos os bens criados, pela própria natureza de "criados", são relativos. O único Bem Absoluto é Deus, e é este Bem Supremo o fim último do homem. A partir do momento em que um prazer momentâneo "cega" o homem de tal maneira que o faz perder de vista o Bem Absoluto que é a única coisa capaz de o saciar completamente, a Igreja tem o direito e o dever de gritar bem alto que esta pessoa está enganada e que não deve agir dessa maneira, da mesma forma que se diz para uma criança que ela não deve se empanturrar de doces antes do almoço. "Ah, mas mamãe não devia fazer doces, então, se fosse errado comer doces" - poderia argüir esta criança. Acontece que não é errado comer doces. Errado é trocar o almoço pelos doces. De maneira análoga, não é errado usufruir dos prazeres criados por Deus - errado é trocar Deus por esses prazeres. E é exatamente isto que prega o mundo moderno.
"Mas ninguém é obrigado a trocar Deus pelos prazeres; pode-se ter as duas coisas". A isso, deve-se responder: não. Não se pode ter as duas coisas, e é o próprio Jesus Cristo que o afirma: "Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza" (Mt VI, 24).
"Ah, mas então, as duas coisas são opostas?" A resposta é "não", de novo. Deus e os prazeres não são opostos, como Deus e a riqueza também não o são. Se fossem opostos, o prazer não seria um bem - e nós já vimos que o contrário disto é que é verdade. Acontece que é característico da natureza humana decaída "inverter a ordem" das coisas, e desejar com avidez aquilo com relação ao qual devia ter só um desejo relativo, ao mesmo passo em que age com tibieza (e, às vezes, até com indiferença!) em relação aos desejos importantes que deveria nutrir. Repetimos: Deus é o único Bem Absoluto, é a única coisa que devemos desejar absolutamente. Os prazeres humanos, se desordenados, levam o homem a esquecer isso. A busca desordenada de prazeres leva o homem a se tornar escravo do prazer. E o prazer não deve ser servido; só a Deus se deve servir.
A posição católica resplandece, pois, com toda a sua coerência. Há variedade de bens no mundo, mas só Um deles (é o que mais) importa, que é o Bem Supremo, o Bem Incriado, Deus, autor e fonte de todos os bens. Pode-se, certamente, usufruir dos bens criados, mas dentro dos limites nos quais eles foram criados: retirá-los desses limites seria dizer que Deus errou ao fazê-los desta maneira, e que deveria Ele tê-los feito de algum outro jeito no qual "Ele não pensou". E isso é, insofismavelmente, afastar-se de Deus, colocando-se acima d'Ele e se arrogando o direito de julgar a Sua obra.
Que a Virgem Maria, Sede da Sabedoria, possa nos conseguir, do Alto, as luzes do Espírito Santo, para que entendamos com clareza essa questão sobre a qual os inimigos da Igreja procuram lançar tantas sombras, impedindo-a de surgir com todo o seu esplendor. E que Ela nos dê a força necessária para sermos "sal da terra e luz do mundo", nesse mundo tão sombrio e tão ausente de gosto.
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco!
Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores,
agora e na hora de nossa morte.
Amém.
17 setembro, 2007
Marchinhas de Carnaval [fora de época...]
a gente brinca, escondendo a dor;
e a fantasia do meu ideal
é você, meu amor!"
Isso é uma música de carnaval. Eis uma festa que sempre exerceu em mim um fascínio espetacular! Ela sempre me pareceu ter algo de bastante paradoxal. De fato, se existe um tema recorrente nas marchinhas de carnaval é essa dicotomia entre a felicidade e a tristeza, entre o sonho bom e a dura realidade. O carnaval é uma festa que subsiste na tensão entre o Sábado de Zé Pereira e a Quarta-Feira de Cinzas; entre a felicidade sem limites momentânea que ele oferece, e a dura consciência de que o tempo caminha, inexorável, rumo às cinzas da quarta-feira. A sua alegria é meticulosamente delimitada no tempo.
A euforia do carnaval é permeada pela tristeza da quarta-feira de cinzas! Isso está presente nas músicas que são características desse período; quando não há referência explícita ao fim do Carnaval ("É de fazer chorar / Quando o dia amanhece / e obriga o frevo a parar... / Oh, Quarta-Feira ingrata, / chega tão depressa / só pra contrariar!"), há as histórias dos amores impossíveis de Colombinas e Arlequins ("Quanto riso, ah, quanta alegria / - mais de mil palhaços no salão! / Arlequim está chorando pelo amor da Colombina / no meio da multidão..."), ou ainda de paixões passageiras ("Mas é carnaval, / não me diga mais quem é você... / Amanhã tudo volta ao normal!")... não importa. As marchinhas de Carnaval, para serem boas, precisam ser tristes, porque o carnaval tem, intrinsecamente, a tristeza de ser passageiro.
E é precisamente este paradoxo do carnaval - a tristeza na alegria - que sempre me encantou. Os prazeres do mundo são tentadores, bem o sabemos; mas vejam que espécie estranha de tentação! Um prazer que se diz expressamente passageiro... uma alegria que carrega, em si, a tristeza da própria efemeridade. Quem é que vai se enganar, tomando como absoluto um prazer que se define, repetidamente, como limitado?
Mas, se olharmos um pouco melhor, veremos aí a malícia da tentação! Pois, note-se bem: uma coisa é escolher algo mau, mas que está "revestido" de uma roupagem boa, capaz de enganar. E outra coisa, bem diferente e bem pior, é gostar do algo mau sabendo ser ele mau, despido daquilo que pode enganar um incauto. Coisa lamentável é entregar-se a um bem menor sem avaliar corretamente as suas (reduzidas) dimensões; coisa muito mais lamentável é entregar-se a este bem menor conhecendo exatamente o seu parco tamanho! Ah, o carnaval pode parecer bem pouco enganoso, para quem gosta de escutar marchinhas... mas como é pior o abismo que ele abre, como é tão mais desgraçado quem nele cai, precisamente por causa da falta de engano... precisamente pela verdade revelada nua e crua!
E esta visão de mundo carnavalesca é o extremo oposto da visão de mundo cristã. Os católicos vivem num "vale de lágrimas", num mundo de sofrimentos, sabendo todavia que esta vida é curta e que, sofrendo bem neste mundo, poderemos gozar um dia da Bem-Aventurança celeste que não tem fim. O carnaval é um "vale de prazeres", onde se deve aproveitar bem a festa que é curta, porque depois voltará a tristeza do quotidiano...
A festa curta do carnaval, que deve ser aproveitada, porque o futuro é só tristeza... As lágrimas do dia-a-dia enquanto caminhamos nesta curta vida, que devem ser choradas, porque o futuro é a Glória da Vida Eterna! Uma perfeita correspondência antitética! Eis aí a tentação de Momo!
"Vê, Colombinas azuis a sorrir, lá-láiá...
Vê, serpentinas na luz reluzir...
Vê os confetes do pranto no olhar
desses palhaços dançando no ar!
Vê, multidão colorida a gritar, lá-laiá...
Vê, turbilhão desta vida passar...
Vê os delírios dos gritos de amor
nesta orgia de sol e de dor!"
Se nos for permitido tomar catequese do carnaval, que peguemos (como um exemplar da sua filosofia) esta música, e a entendamos do jeito certo: não gastemos os nossos dias vendo o turbilhão desta vida passar! Sim, a vida passa depressa, como um turbilhão - como nos ensina a Doutrina da Igreja - e importa que cuidemos com zelo do pouco tempo que nos é dado, a fim de não o vermos simplesmente passar! Como nos diz o finalzinho daquele soneto de Frei Antônio das Chagas:
"Ó vós, que tendes tempo sem ter conta,
não gasteis vosso tempo em passatempo!
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta.
Pois aqueles que, sem conta, gastam o tempo,
quando o tempo chegar de prestar conta,
chorarão, como eu, o não ter tempo."
Permita-nos Deus cuidar bem do nosso tempo; para que não aconteça de, arrastados pelo turbilhão da vida, chorarmos depois o ter ela passado tão depressa!
08 setembro, 2007
O Grito dos Excluídos
É o que reza a página principal do Grito dos Excluídos. Posto assim, parece ser uma coisa muito bonita. Mas acontece que é preciso destrinchar essa definição.
Por "uma grande manifestação popular", deve-se entender que é a movimentação de um grande número de pessoas, orquestrada por organizações como o "Movimento dos Sem-Terra" e a "Marcha Mundial das Mulheres", uma ação do movimento feminista internacional que defende, entre outras sandices, o aborto. Tudo isto está lá, no site do Grito supracitado, na parte de "parceiros".
Por "denunciar", deve-se entender "apresentar as nossas reivindicações". Quais reivindicações?
"Todas as situações de exclusão". Por isso, pode-se entender qualquer coisa. Em particular: se uma mulher quer abortar e não pode fazê-lo [já que isso é crime], isso configura, na lógica distorcida do "Grito dos Excluídos", uma "situação de exclusão".
Por "assinalar as possíveis saídas e alternativas", deve-se entender "subverter a ordem e fazer pressão a fim de que as nossas reivindicações sejam atendidas". Quanto ao que nos interessa: se, para isso, os movimentos abortistas precisam fazer lobby a fim de legalizar o assassinato de crianças inocentes - que o façam. Eis, pois, o "Grito dos Excluídos"!
Trocando em miúdos: entre tantas outras coisas (que não vale a pena entrar em detalhes agora, porque só isto já é suficiente para desmascarar o lobo), o Grito é um movimento organizado por Organizações internacionais com o objetivo de promover o aborto no Brasil. Eis, clara e inegável, a verdade dos fatos, tal como pode ser obtida simplesmente seguindo um ou dois links a partir da página principal do Grito dos Excluídos!
Os verdadeiros excluídos são as crianças covardemente assassinadas no ventre de suas próprias mães. Estes são os que verdadeiramente não têm voz, e que não podem fazer nada em sua própria defesa. Estes, o máximo que podem dar é um "Grito Silencioso" (vide música da "Comunidade Santa Clara"). Que este grito chegue aos ouvidos d'Aquele para Quem nada é oculto; e que Nossa Senhora Aparecida livre, da maldição do aborto, esta Terra de Santa Cruz.
Kyrie, eleison!